Proposta de aumento salarial gera revolta entre praças da segurança pública em Rondônia

Praças se sentem prejudicados com reajuste aprovado pela ALE-RO que beneficia oficiais de alta patente

Soldados, cabos, sargentos e subtenentes da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Rondônia expressaram indignação após a Assembleia Legislativa do Estado (ALE-RO) aprovar, de forma unânime, a proposta de reajuste salarial apresentada pelo Governo do Estado. O aumento, considerado “histórico” para a segurança pública local, gerou controvérsias ao priorizar oficiais de alta hierarquia em detrimento dos soldados de patente mais baixa.

Além do manifesto de insatisfação, os praças realizaram um protesto em frente ao prédio do governo estadual, onde expressaram seu descontentamento de forma simbólica, levando até um caixão como representação dos prejuízos que alegam sofrer com a proposta aprovada.

O aumento gerou revolta entre servidores/Foto: Reprodução

O projeto, que recebeu aprovação sem discussões detalhadas, segundo a Associação dos Praças e Familiares da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Rondônia (Assfapom), descontentou a categoria dos praças, que se sente prejudicada diante do que classificam como “injustiça”. Os representantes criticaram a estrutura do aumento salarial, enfatizando que esta beneficia majoritariamente os escalões superiores das Forças Armadas.

O reajuste, estimado em R$ 800 milhões para os cofres públicos, contemplará principalmente oficiais da Polícia Militar, além de incluir policiais civis, bombeiros militares, policiais penais, socioeducadores e a Polícia Técnico-Científica (Politec). Contudo, a disparidade nos percentuais de aumento tem sido objeto de críticas por parte dos praças.

Enquanto os oficiais podem receber incrementos superiores a 100%, soldados, cabos e sargentos teriam ajustes de apenas 16%, fato que gerou revolta e descontentamento entre os policiais que atuam diariamente para manter a ordem e a segurança da população.

A Assfapom denunciou a falta de debate prévio sobre o realinhamento salarial na ALE-RO, apontando uma estratégia de votação entre os parlamentares que impossibilitou qualquer discussão por parte das associações representativas. O projeto teria sido entregue momentos antes da votação, restringindo o diálogo e condicionando os deputados a apoiarem o reajuste.

Com impactos previstos entre os anos de 2023 e 2026, os reajustes variam de 0,50% a 89,49% para a categoria dos praças e de 16,11% a 56,00% para a Polícia Civil e Polícia Técnico-Científica. Contudo, a insatisfação dos policiais que atuam nas ruas e se sentiram traídos pode comprometer a efetividade da segurança pública nos próximos dias, podendo refletir negativamente na proteção da população.

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