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Rio Branco é a capital do Norte com a região central menos planejada nos traçados das ruas

Por Suene Almeida, ContilNet

Nesta semana a página Cartomaps, que atualmente conta com mais de 125 mil seguidores no Instagram, divulgou imagens das áreas centrais das cinco capitais da região Norte e classificou Rio Branco, que completou 141 anos de fundação na última quinta-feira (28), como a menos organizada, se tratando em traçado das ruas.

O Centro de Rio Branco cresceu às margens do Rio Acre/ Imagem: Google Earth

Segundo a página, a capital com a região central mais planejada é Palmas (TO), fundada em 1989. Em seguida está Boa Vista (RR), 1980, Porto Velho (RO), fundada em 1915, Macapá (AP), 1758, Belém (PA), fundada em 1616, Manaus (AM), 1669, e por último está a capital acreana.

Palmas foi considerada a capital mais bem planejada do Norte/ Imagem: Google Earth

O crescimento desordenado de Rio Branco

O ranking de planejamento das capitais tem a ver com o início de suas fundações. Além disso, vários fatores devem ser considerados, como as políticas de urbanização da época de sua criação, o crescimento populacional, que em alguns casos se deu rapidamente, a falta de planejamento dos bairros, dentre outros.

Rio Branco foi fundada em dezembro de 1882, a quarta capital mais antiga do Norte. Localizada onde antigamente se encontrava o seringal ‘Volta da Empreza’, às margens do Rio Acre, onde hoje, se concentra o coração da cidade, o Centro da Capital.

O seringal foi dando espaço a parte urbana da cidade, onde se concentrou toda a parte comercial, na época. No entanto, o crescimento desordenado devido ao rápido crescimento populacional da cidade, fez com que boa parte dos bairros não fossem planejados. Com o êxodo rural, para a zona urbana, e sem conseguir comprar terrenos em lugares com melhor infraestrutura, a população começou a construir casas às margens do Rio Acre, em áreas alagadiças. A exemplo, temos os bairros Cadeia velha, Seis de Agosto.

Na dissertação da mestra geografia, Maria de Jesus Morais, pela Universidade de Santa Catarina, ela retrata o processo de urbanização de Rio Branco, entre ele, o crescimento territorial.

“O Centro da cidade era caracterizado como o locus administrativo e residencial da burguesia, localizada em trechos limitados pelas ruas Floriano Peixoto, Rui Barbosa, Quintino Bocaiúva, e Epaminondas Jácome. Além do Centro, já existiam outros dois bairros, a Cadeia Velha e o Papouco. Na década de 70, os bairros proliferam tanto ao longo do rio, como nos vazios urbanos. Como a população não dispões de dinheiro suficiente para comprar terreno em terra firme acabam fazendo suas casinhas em terrenos alagadiços ou nos barrancos dos rios”, diz trecho da dissertação.

Ainda de acordo com a tese, que investigou matérias jornalísticas em veículos de comunicação da época, as edificações na cidade foram crescendo desordenadas, invadindo as marginais das ruas.

“As edificações nessas áreas não obedeciam a um alinhamento, invadindo as marginais das ruas destinadas ao calçamento para passeio público ou até o próprio arruamento”, aponta.

Entre estes estão os vários motivos que levaram ao crescimento sem planejamento da cidade de Rio Branco, incluindo a região Central, que atualmente conta com vários bairros vulneráveis a riscos ambientais, em especial as inundações, como o Bairro 15, Seis de Agosto e Base, por exemplo.

Veja as imagens dos centros das demais capitais da região Norte:

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