O Partido dos Trabalhadores (PT) realiza, entre esta sexta-feira (8/12) e o sábado (9/12), a Conferência Eleitoral PT 2024. O evento se dá em um momento de tensão interna, já que uma ala da sigla apresentou proposta de resolução em que critica a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A minuta, conforme mostrou a Folha de S. Paulo, é de autoria da ala Construindo um Novo Brasil (CNB), segmento do partido liderado por Lula. O grupo diz considerar que o Centrão – a que o texto atribui forças conservadoras e fisiológicas — tem tido influência excessiva sobre o governo.
“As forças conservadoras e fisiológicas do chamado Centrão, fortalecido pela absurda norma do orçamento impositivo num regime presidencialista, exercem influência desmedida sobre o Legislativo e o Executivo, atrasando, constrangendo e até tentando deformar a agenda política vitoriosa na eleição presidencial”, informa o texto, segundo o jornal.
Ainda que seja uma proposta de texto ainda a ser apreciada e votada, a crítica repercutiu nos bastidores. A situação se dá em um momento em que que a agenda econômica tem pautas pendentes de apreciação no Congresso Nacional.
No Senado, estão a tributação dos fundos fechados e offshores e a taxação das apostas esportivas, as chamadas bets. Já a Câmara avança na conclusão da reforma tributária.
O texto da CNB ainda critica um suposto “austericídio fiscal” a que o país estaria ssubmetido, além de defender o fim da independência o Bancao Central, na formulação atual.
Evento
É no contexto desse mal-estar provocado pelo texto que a sigla realiza uma conferência, em Brasília, para tratar dos rumos para 2024. Nessa sexta-feira (8/12), o presidente Lula fechou a rodada de debates.
Nos dois dias de evento, militantes, dirigentes, lideranças, vereadores e vereadoras, prefeitos e prefeitas, pré-candidatos e pré-candidatas debaterão o caminho para as Eleições de 2024.
Na abertura das sessões deste sábado, está marcado um encontro entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a presidente nacional do PT, a deputada Gleisi Hoffmann. A mesa tem como tema a política econômica do governo Lula, com foco nos “feitos e perspectivas para o próximo período”.
É justamente Haddad que tem se movimentado no sentido de sensibilizar os parlamentares a olharem (e votarem) com carinho as pautas econômicas do governo Lula. Ainda assim, alas internas do PT não veem com bons olhos o ganho de espaço e de força na Esplanada do Centrão, capitaneado pelos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
No mesmo dia, há ainda encontros com o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta; o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha; e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.