De acordo com as diligências, a Abin foi utilizada para espionar adversários. Políticos e ministros do STF teriam sido espionados com o uso do software FirstMile.
A atuação de Pacheco havia sido cobrada por parlamentares, que pediam informações sobre nomes de deputados e senadores monitorados clandestinamente pela agência.
“Em atenção aos princípios da publicidade e da transparência, fundamentos da administração pública, e em especial à inviolabilidade do exercício do mandato parlamentar, dirijo-me a Vossa Excelência para, na qualidade de presidente do Congresso Nacional, solicitar informações sobre a existência de indícios de monitoramento ilegal de deputados federais e senadores da República, com a devida identificação dos mesmos, e, não havendo prejuízo para a continuidade das investigações, que tramitam sob sigilo, obter informações relacionadas ao procedimento adotado pelos investigados e a extensão e o conteúdo de informações relacionadas aos parlamentares, a fim de que sejam adotadas as medidas institucionais pertinentes ao Congresso Nacional”, destacou Pacheco.
O assunto ganhou destaque na última quinta-feira (25/1), quando foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão — o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), diretor da Abin entre 2019 e 2022 e que comandaria o esquema de espionagem ilegal, foi um dos alvos.
Nesta segunda, a investigação ganhou novo capítulo: o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho de Jair Bolsonaro, foi alvo de busca e apreensão. Agentes da PF estiveram na casa e no gabinete de Carlos na Câmara Municipal, no Rio de Janeiro.
Anteriormente, o líder da oposição na Câmara dos Deputados, Carlos Jordy (PL-RJ), também foi alvo da PF em operação que apura os atos antidemocráticos.