Com mais de 120 anos de atraso, em 2024 começará a ser resgatada pelo governo federal uma promessa firmada com a Bolivia no acordo diplomático do Tratado de Petrópolis, que permitiu a anexação do Acre ao território brasileiro, em 1903. Trata-se da ponte ligando o Brasil e a Bolívia, que deverá ser construída dentro de 36 meses a um custo estimado em R$ 430 milhões.
O anúncio foi feito pelo Ministério dos Transportes como um dos compromissos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na execução de um plano de integração sul-americana, segundo informou, nesta sexta-feira (12), a rede de TV CNN Internacional. A obra está inclusive prevista no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Segundo a emissora, a ponte será construída sobre o rio Guaporé ligando a cidade brasileira de Guajará-Mirim, em Rondônia, à cidade boliviana de Guyaramerin.
Obra de arte especial vai ligar as cidades de Guajará–Mirim, em Rondônia, e Guayaramerín, na Bolívia/Foto: Dnit
A ponte terá 1,2 metros de comprimento e 17,8 metros de largura.
O edital de licitação da obra foi lançado em novembro do ano passado, pelo Departamento Nacional de Infraestrutura (DNIT), órgão do Ministério dos Transportes. A estimativa é que a obra venha gerar 4,3 mil empregos diretos
A ponte será estratégica tanto para a Bolívia como para o Brasil. À Bolívia, porque permitiria ao país, que não tem saída para o mar, acesso aos portos brasileiros de Santos, em São Paulo, e Paranaguá, no Paraná, por onde receberia produtos importados de seus parceiros comerciais. Para o Brasil, a ponte é estratégica porque cria uma nova rota de acesso do transporte brasileiro, através do território boliviano, aos portos do Oceano Pacífico, no Peru.
A nova rota encurtaria o transporte de produtos brasileiros para a costa dos Estados Unidos e para China em pelo menos 15 mil milhas náuticas em comparação à viagem, com os mesmos destinos, pelo Oceano Atlântico.
