Brasileiro é condenado a 25 anos de prisão pela justiça boliviana por estuprar criança de 12 anos

Sistema carcerário da Bolívia é apontado como um dos piores do mundo, bem pior do que o da Turquia, retratado no filme “O Expresso da Meia Noite”

Um brasileiro, de identidade e idade não reveladas, foi conduzido nesta sexta-feira (12) para o presídio de Villa Busch, no subúrbio da cidade de Cobija, no Departamento de Pando, na Bolívia, para cumprir uma pena de 25 anos de prisão, pelo crime de estupro.

O julgamento do brasileiro ocorreu no último dia 9 de janeiro e a sentença só foi publicada na quinta-feira (11), selando seu destino nesta sexta-feira (12). A condenação do réu, pelo Tribunal de Sentença número 2, de Emoresiña, vilarejo do município de Filaélfia, no Departamento de Pando, põe fim ao caso de estupro de uma criança boliviana de 12 anos.

Presídio na Bolívia/Foto: Reprodução

O procurador de justiça do Departamento de Pando, Gunar Zeballos, disse à imprensa local que a investigação evidenciou o caso de estupro e que o condenado residia na mesma cidadezinha da vítima, em Emoresiña.

O sistema carcerário da Bolívia é apontado como um dos piores do mundo, bem pior do que o da Turquia, conforme denunciado pelo filme O filme “Expresso da Meia-Noite”, feito há 45 anos, em 1978. O filme retrata a história verídica de um americano preso na Turquia por tráfico de drogas e condenado à prisão perpétua no país. Os horrores do sistema carcerário turco foram exibidos nos cinemas e na televisão em todo o mundo.

No filme, o diretor Alan Parker criou uma atmosfera escura de terror dentro do presídio, intercalando o trechos do fracasso das apelações judiciais da família de William Hayes (o protagonista, interpretado por Brad Davis) com cenas de tortura e violência dos carcereiros sobre o jovem americano.

A primeira cena é inesquecível: o americano, nu, cola pacotes de heroína no corpo. O som de fundo é a pulsação de seu coração. Ele é preso pelas autoridades turcas pouco antes de entrar no avião e é levado para o inferno do presídio.
A situação do sistema carcerário boliviano seria pior do que o retratado em relação á Turquia porque, na Bolívia, os presos condenados são responsáveis pelo próprio sustento nos presídios, inclusive com alimentação. Muitos sobrevivem porque os familiares que vivem do lado de fora levam comida para os parentes presos.

No caso de brasileiros cujos familiares vivem do outro lado da fronteira, a situação é bem pior. Há registros de que presos já morreram de fome e de doenças decorrentes da desnutrição em presídios bolivianos, inclusive em Vila Busch.

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