Criado por Roald Dahl em 1964, o universo de Willy Wonka, Charlie, Oompa Loompa e uma certa fábrica – fantástica – de chocolates domina diversas gerações, seja pelo livro, o filme de 71 ou de 2005, e até o de 2023, focado apenas no jovem Wonka. Com tantos ícones gravados na cultura pop, mais uma releitura do clássico ganha ritmo no formato de espetáculo de dança na Usina de Arte João Donato nos próximos dias 16, 17 e 18 de fevereiro, às 19h.
O espetáculo de dança, dirigido por Jayne Maciel, foi concebido como uma homenagem à obra, principalmente a versão de 2005, dirigida por Tim Burton. Com um elenco diverso e com ensaios a todo vapor, o evento promete levar muita diversão e fantasia para a plateia.
Como parte do elenco, Luísa, de 20 anos, não exita ao falar o quanto uma das versões do universo de Willy Wonka lhe marcou como jovem:
“Como alguém que está há 10 anos da dança assim também como alguém que nasceu no começo do ano 2000 e teve contato com o filme, “Fábrica de Chocolate” foi o que marcou uma geração”.
A idealizadora do espetáculo, Jay Maciel, na entrevista revela que o tema da peça foi escolhido por um desejo pessoal, pois ela também é uma fã confessa do filme e jogou a ideia para os alunos, já que todo final de ano, eles apresentam um espetáculo: “Passei a ideia para os nossos professores e todos gostaram do que a gente resolveu fazer”.
Em alta novamente, graças ao filme lançado em dezembro de 2023, estrelado por Timothée Chalamet, a fábrica de chocolate tem muitas mensagens positivas – mesmo com diversos momentos que flertam com o horror e drama -, como liberdade, amizade e acreditar nos seus sonhos.
Sobre os ensaios, a professora avalia os momentos vividos com o elenco como intensos e fala como todos estão ansiosos para a apresentação:
“Porque, a gente fica naquela expectativa imaginando cada coisinha no seu lugar e usando o nosso imaginário. ‘A Fantástica Fábrica de Chocolate’ foi escolhida por misturar questões icônicas com drama, apesar de trazer fantasia e comédia e um drama ali acontecendo no meio que é por onde se desenrola a história”.
Além disso, uma demanda importante para esse espetáculo é a diversidade. Como garantido pelo elenco, o grupo contará com atores pretos, pardos, LGBTQIAP+. Levando corpos diversos para o universo das barras de chocolate e reiterando o papel da dança como uma forma de manifesto contra a discriminação.
Seguindo nesse processo de escolha de elenco, Jay afirma que ele foi intuitivo. Vindo da personalidade e de como o aluno se identifica com o personagem proposto. Já sobre o desenvolvimento do espetáculo em si, a professora descreve:
“Cada professor cria coreografia da sua turma e eu como diretora da escola e também como direção artística supervisiono. O que pode mudar? O que que tá interessante? O que é que realmente está encaixado?”. Segundo Jay, durante os ensaios, sempre estão em busca do que saía do convencional e do esperado, afinal, todo mundo já conhece essa história.
“Tá sendo muito legal, a gente está construindo as coreografias, é justamente muito incrível estar participando do espetáculo mesmo que como aluna, porque a gente tem uma liberdade incrível dentro da sala de aula. A gente não está só aprendendo o que o professor ensina, a gente constrói a coreografia juntos”, fala Luísa sobre o processo de criação da coreografia.
“O público pode esperar muita coisa do nosso espetáculo. Muita emoção, comédia, drama, enfim, um misto de emoções”, disse Jay.
“Está sendo uma experiência muito legal. Eu acho que vai agradar muito quem conhece a história, quem gosta do filme e quem tem apreço pela dança e teatro. A gente tá tentando, ao máximo, que seja uma experiência divertida não só pra gente, que tá dançando e ama isso, como também para o público que tá pagando e querendo assistir algo legal”, disse Luisa.