Inspirado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que seleciona estudantes para instituições de educação superior, o governo federal promove a primeira edição do Concurso Nacional Unificado (CNU), apelidado de “Enem dos Concursos”. A divulgação dos editais está prevista para esta quarta-feira (10/1), com publicação em edição extra do Diário Oficial da União.
O certame é organizado pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, chefiado pela ministra Esther Dweck. Uma coletiva está marcada para as 14h30, com a chefe da pasta, para detalhar os editais, que trarão informações sobre blocos temáticos, conteúdo das provas, critérios de classificação e desclassificação, validade do certame e composição das notas finais, entre outros dados.
Segundo a pasta, o objetivo do Concurso Unificado é, por meio da realização em mais de 200 cidades do país, distribuídas pelas cinco regiões, “promover igualdade de oportunidades de acesso aos cargos públicos efetivos”.
Serão selecionados, de uma só vez, 6.640 servidores, para 21 órgãos públicos federais. As vagas serão distribuídas no âmbito dos órgãos e das entidades da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional, mediante a aplicação simultânea de provas em todos os estados e no Distrito Federal. A concorrência deverá ser elevada — segundo estimativa da pasta apresentada ao Metrópoles em dezembro, são esperados 5 milhões de candidatos.
Inédita, a prova única foi idealizada a partir de dificuldades apresentadas pelos próprios órgãos, que, segundo o secretário de Gestão de Pessoal, José Celso Cardoso Jr., estão com as estruturas administrativas “muito debilitadas”.
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A pasta da Gestão montou comissão para auxiliar os ministérios em suas seleções, porque, nas palavras da ministra Esther Dweck, “pela falta de concursos há muito tempo, essas áreas de elaboração de concursos nos ministérios estão desestruturadas”.
Datas e locais
As inscrições no Concurso Nacional Unificado abrem em 19 de janeiro e vão até 9 de fevereiro. A aplicação das provas será em 5 de maio (um domingo) em dois turnos, manhã e tarde.
No total, 220 cidades de todo o Brasil receberão as provas. Inicialmente, o governo pensava em aplicá-las em 180 municípios, mas o número foi ampliado para garantir que regiões metropolitanas tenham exames em mais de uma cidade.
A prova única do CNU será dividida em dois momentos, na mesma data:
- provas gerais e objetivas, com matriz comum a todos os candidatos; e
- provas específicas e dissertativas, por blocos temáticos.
A banca selecionada é a Fundação Cesgranrio, que tem histórico na organização de concursos públicos.
O maior salário inicial do CNU chega a R$ 23 mil, para 900 novos auditores fiscais do trabalho. A menor remuneração gira em torno de R$ 5.488,70 e R$ 6.255,90, com 300 vagas para analistas técnico-administrativos.
Os editais publicados nesta quarta-feira (10/1) trazem informações sobre blocos temáticos, conteúdo das provas, critérios de classificação e desclassificação, validade do certame e composição das notas finais, entre outras.
Há expectativa de que, a depender do resultado do certame de 2024, outras edições do Concurso Unificado sejam realizadas entre 2025 e 2026.
Veja como ficou o cronograma do CNU:
- Divulgação do edital: 10 de janeiro;
- Início das inscrições: 19 de janeiro;
- Prazo máximo para inscrições: 9 de fevereiro;
- Divulgação dos dados finais de inscrições: 29 de fevereiro;
- Divulgação dos cartões de confirmação: 29 de abril;
- Aplicação das provas: 5 de maio;
- Divulgação dos resultados das provas objetivas e preliminares das provas discursivas e redação: 3 de junho;
- Divulgação final dos resultados: 30 de julho;
- Início da convocação para posse e cursos de formação: 5 de agosto.