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Dia do Leitor: mais de 80% da população brasileira não comprou nenhum livro em 2023

Por Suene Almeida, ContilNet

Neste domingo (7), é comemorado no Brasil o Dia do Leitor, criado em homenagem ao jornal cearense “O Povo”, fundado pelo poeta e jornalista Demócrito Rocha em 7 de janeiro de 1928. Apesar da importância da leitura, a data remete a outro ponto, a queda no número de leitores no país.

Dados do Panorama do Consumo de Livros, feito pela Nielsen BookData, encomendado pela Câmara do Consumo de Livros, cerca de 84% da população brasileira não comprou nenhum livro nos últimos 12 meses. Os principais fatores citados são os preços, a ausência de livrarias e a falta de tempo.

A livraria Paim, localizada em Rio Branco/ Foto: ContilNet

No Acre, há apenas uma livraria que ainda resiste ao tempo, a Paim, que atua a 43 anos no mercado. José Alves, funcionário do estabelecimento, trabalha há 30 anos no ramo de venda de livros e conta que ao longo dos anos viu a movimentação na livraria cair drasticamente.

“Uma livraria desse porte, você olha e não tem ninguém, só funcionários. E a cada ano que passa está caindo mais, esses jovens de agora são mais digitais. Mas seguindo tentando sobreviver. Nosso grande concorrente chama-se internet”, revela.

O hábito da leitura

A leitura estimula o raciocínio, melhora o vocabulário e a capacidade interpretativa, além disso, desenvolve a criatividade, a imaginação, o senso crítico, e amplia a habilidade na escrita.

No entanto, o hábito de ler não é algo que faz parte da realidade de todos.  No Brasil, cerca de 52% das pessoas têm o hábito de ler, de acordo com a última edição do estudo Retratos da Leitura no Brasil. Outros 48% não costumam ter a leitura como parte de sua rotina.

O jornalista Marcos Dias faz parte dos 52% da população brasileira que tem o hábito de ler. Segundo ele, a leitura proporciona um maior conhecimento do mundo.

“Quando você lê um livro, acaba entrando em uma outra dimensão e criando relações que vão além da nossa vivência com o mundo, abrindo as janelas da nossa imaginação”, explica.

O jornalista conta que atualmente Rubem Fonseca é seu livro de cabeceira/ Foto: cedida

Marcos, que atualmente está lendo ‘Contos Reunidos’ de Rubem Fonseca, conta que desde criança a leitura faz parte do seu dia a dia e que seus gostos são vários, passando desde a poesia, história, à literatura espanhola.

“Desde pequeno eu leio, já li muitos livros. Ler também é viajar, as vezes estamos trancados no quarto e viajamos para outros lugares”, ressalta.

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