Há 3 anos, primeiros acreanos eram vacinados contra a Covid; 1,7 milhão de doses já foram aplicadas

Primeiros vacinados foram profissionais da saúde e idosos. Ato ocorreu no auditório do Pronto Socorro de Rio Branco

No dia 19 de janeiro de 2021, o Acre começava a aplicar as primeiras doses da vacina contra a COVID-19, no auditório do Pronto Socorro de Rio Branco. Muito mais que a imunização, o início da campanha de vacinação trouxe esperança aos acreanos que já enfrentavam quase dois anos de pandemia na época.

Governador Gladson Cameli e os primeiros imunizados no Acre. Foto: Neto Lucena

O primeiro lote da Coronavac, vacina produzida pelo Instituto Butantan para o combate à Covid-19, foi enviado pelo Ministério da Saúde e chegou num avião da Força Aérea Brasileira. Logo no início, foram 41 mil unidades do imunizante, que começaram a atender o grupo da Fase I, compreendido entre idosos e pessoas com deficiências institucionalizadas, profissionais da área de saúde e indígenas.

Primeiras doses da CoronaVac chegaram no avião da FAB/Foto: Neto Lucena

“O pior inimigo que nós temos hoje é esse vírus. Somos um país que tem ‘PhD’ em vacinação e até 15 de fevereiro a nossa previsão é de vacinar 20% da população do Acre, sendo no total 170 mil doses a mais que essas que estamos recebendo hoje. Vamos nos conscientizar, vamos fazer nosso dever. Eu não vou obrigar ninguém a se vacinar, mas, se os casos explodirem, não vai haver hospital para todos”, disse o governador Gladson Cameli na época.

Os primeiros vacinados foram escolhidos a dedo pelo governo do Estado. O início do programa de imunização contra a Covid-19 contou com a vacinação simbólica de quatro pessoas, sendo três profissionais de saúde e um morador do abrigo Lar Vicentino, da capital.

Uma delas foi a enfermeira Maria José Monteiro, que tinha na época 66 anos e há 37 atuava dentro do Pronto-Socorro de Rio Branco. Ela havia começado na área de saúde em 1984, como auxiliar de enfermagem da sala de gesso. Graduada como enfermeira no ano de 1998, passou a atuar no Centro Cirúrgico do PS até a presente data. A enfermeira foi escolhida por não ter abandonado o posto de trabalho nenhum dia, mesmo sendo do grupo de risco da doença.

Maria José Monteiro era enfermeira no Pronto-Socorro/Foto: Neto Lucena

“Estou muito orgulhosa de ter sido a primeira vacinada, ter sido escolhida, porque amo minha profissão, vou continuar trabalhando em nome de Jesus e espero que logo tudo isso passe”, declarou no ato de vacinação.

Também de forma simbólica, a enfermeira Elza Severino Manchineri foi outra profissional a receber a primeira dose da Coronavac. A profissional já tinha pelo menos mais de 17 anos de experiência com Saúde Indígena na Casa de Apoio ao Índio (Casai).

Elza Manchineri foi outra profissional da Saúde vacinada/Foto: Neto Lucena

“Essa vacina é algo que ‘nossos parentes’ [povos indígenas] estão esperando, porque muita gente nossa foi a óbito, muita gente foi contaminada, esse é um vírus muito cruel e essa vacina garante que a gente tenha nossa saúde melhor”, desabafou.

Os outros dois vacinados foram vacinados foi a técnica em enfermagem Raimunda Gomes do Nascimento e José Marcelino de Oliveira, morador do abrigo Lar Vicentino.

Situação atual

Após 3 anos, o Acre já aplicou 1.730.594 doses. Os dados estão disponíveis no Painel do Ministério da Saúde. Desse total, 703.100 foram relacionados à 1ª dose do imunizante, 591.637 são 2ª dose e 2.837, 3ª dose. Além disso, 13.753 acreanos receberam a dose única da vacina e 297.436, a dose de reforço. Outros ainda receberam a dose adicional, cerca de 22 mil pessoas.

Em relação aos municípios, a capital Rio Branco desponta como a maior aplicadora de doses da doença. Foram mais de 800 mil aplicações. Em seguida, Cruzeiro do Sul, com 181 mil doses e Sena Madureira, com 78 mil doses. O município isolado de Santa Rosa do Purus foi o que menos aplicou doses no Acre, com 13 mil aplicações.

Desde o início da pandemia, o Acre já registrou 167.700 casos confirmados de COVID-19. Ao todo, já foram 2.070 óbitos. Além disso, segundo o Ministério da Saúde, o estado apresenta 19015,0 casos por incidência e uma mortalidade de 100 mil habitantes.

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