O Ministério Público Federal informou que encaminhou à Polícia Federal (PF) no Acre ofício pedindo a abertura de inquérito com o objetivo de apurar possível prática de homofobia nas redes sociais contra o promotor Talles Tranin, do Ministério Público do Estado (MPAC), alvo de um ataque homofóbico nas redes sociais na última semana.
Segundo o procurador Regional dos Direitos do Cidadão no Acre, Lucas Costa Almeida Dias, responsável pela apuração, “a postagem demonstra como a internet tem servido de palco para o ódio à população LGBTQIA+ e escancara a realidade discriminatória alimentada pela ideia de que é um território sem lei”. A prática representa uma violência contra essa coletividade, provocando danos à saúde mental das vítimas, conforme destaca o MPF no ofício.
No ofício à PF, Lucas Dias lembra que o Supremo Tribunal Federal (STF) já definiu que, enquanto não houver legislação específica sobre o tema, o crime de homofobia deve ser equiparado ao de racismo, previsto na Lei 7.716/1989. A norma prevê aumento de pena quando o crime for praticado nas redes sociais ou em outros meios de comunicação.
O Ministério Público do Acre já havia pedido que a Polícia Civil tomasse providência sobre o caso.
Entenda o caso
Em um vídeo publicado no perfil do Instagram de um site local, um indivíduo identificado como Pablo Felipe proferiu comentário de teor homofóbico contra Tranin. Este não é o primeiro episódio de homofobia enfrentado pelo promotor, que no ano anterior foi alvo de ataques semelhantes por um policial penal.
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O ofício encaminhado pela procuradora inclui prints que comprovam o ocorrido, bem como informações sobre o perfil utilizado pelo autor do comentário. Patrícia Rêgo comunicou à Procuradoria-Geral de Justiça do MPAC, informando sobre os detalhes do incidente e sobre as medidas adotadas.
“O Ministério Público do Acre, no exercício de sua atribuição, jamais tolerará crime de ódio, especialmente homofobia contra o promotor de Justiça ou qualquer outro cidadão”, declarou a procuradora.