Um relógio usado por Ayrton Senna no fim de semana em que morreu foi devolvido ao fabricante depois de 30 anos. Mike Vogt, ex-gerente de marketing da Tag Heuer e amigo pessoal do piloto, levou o relógio à sede da empresa, na Suíça, na semana passada. As informações são do Financial Times.
O relógio em questão foi desenvolvido em colaboração com Senna, pouco antes do acidente que o matou, no Grande Prêmio de San Marino em 1994. O tricampeão mundial de Fórmula 1 usou o relógio de pulso no fim de semana da prova, mas o entregou a Vogt antes do acontecimento.
Vogt contou que guardou o relógio durante 30 anos em um cofre. Para ele, parecia “desrepeitoso” usá-lo. A única vez que o colocou no pulso foi momentos antes de entregá-lo de volta à Tag Heuer.
O processo de devolução começou há dois anos. Agora, o relógio fará parte de uma exposição sobre Senna, junto um dos capacetes de corrida do piloto e outros relógios Senna lançados pela Tag Heuer.
Vogt, hoje com 60 anos, era fã de Fórmula 1 na juventude e conheceu Senna quando trabalhava para a marca. A Tag Heuer patrocinava a McLaren, equipe do piloto na época, que lhe rendeu três campeonatos mundiais, em 1988, 1990 e 1991.
Em 1994, Senna passou a pilotar para a Williams, por um salário de US$ 20 milhões (R$ 98,3 milhões). Vogt conta que, mesmo com a mudança, a marca almejava mantê-lo. Para Senna, a parceria era vantajosa, como forma de garantir renda após a aposentadoria.
Juntos, eles criaram o slogan “levado à perfeição” e um mostrador com um “S de Senna vermelho”, equipado com “tipo preferido de pulseira de couro” do piloto, relata o ex-gerente de marketing.
O protótipo foi entregue a Senna, que usou no fim de semana do acidente no Grande Prêmio de San Marino. Segundo Vogt, o piloto presenteou o relógio depois que ele disse querer comprar um “imediatamente”, apesar de não poder pelas regras da Tag Heuer.