Mesmo com o fim da pandemia e medidas de flexibilização, épocas que desencadeiam grandes aglomerações preocupam as autoridades sanitárias por conta da possibilidade de aumento de casos de COVID-19, como é o caso do Carnaval.
Os cinco dias de folia acenderam um alerta nos especialistas em todo o país, principalmente em razão da nova variante da doença, a JN.1 do SARS-CoV-2, que mantém sua circulação prevalente em diversos países, incluindo Índia, China e Estados Unidos, conforme relatório recente dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). A variante também já circula no Acre, segundo a Secretaria de Estado de Saúde.
A situação preocupa a Sesacre, que precisou emitir uma nota alertando para a necessidade da vacina. Só nas duas primeiras semanas de janeiro deste ano, o Acre registou duas mortes pela doença.
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O último Boletim Infogripe da FioCruz, lançado na última semana, destaca que 7 estados brasileiros mostraram uma tendência clara que aumento a longo prazo de Síndromes Respiratórias Agudas (SRAG), inclusive o Acre, o que comprova o alerta vermelho do pós-carnaval.
O boletim mostra ainda que o Acre apresenta uma oscilação no registro da doença. Até o momento, segundo o painel de Monitoramento da Sesacre, só em 2024, o Acre já registrou 209 casos de COVID. Desse total, o epicentro é o município de Cruzeiro do Sul, com 197 casos.
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O médico e infectologista Jenilson Leite confirmou ao ContilNet que há a possibilidade de um aumento de casos não só da COVID no pós-carnaval, mas de outras doenças respiratórias.
“É possível que no pós-carnaval nós tenhamos um registro maior de casos de COVID, bem como o aumento da procura nas unidades de saúde de pessoas com doenças respiratórias. Não só a COVID, mas também a gripe, que geralmente nesse período do ano tem uma maior ocorrência. Lembrando que essas doenças são de transmissão respiratórias e tem uma facilidade maior de crescer em um ambiente onde há um aglomerado maior de pessoas”, explicou.
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Porém, o médico lembra que por conta da vacinação, os casos que irão surgir da doença serão em sua maioria da forma leve da doença. Entretanto, a situação deve ser de alerta para as pessoas que não tomaram nenhuma dose da vacina.
Assim também lembra o infectologista Thor Dantas, que destacou ao ContilNet que o período atual é conhecido pelo aumento dos casos das doenças respiratórias. O médico explicou que a COVID já virou uma doença endêmica, ou seja, é esperada todos os anos.
“É uma doença que a gente vai precisar a ter um comportamento de vacinação anual, como o vírus da gripe, por exemplo. Essa vacina vai sendo atualizada contra as cepas e variantes novas que vão surgindo e o que todo mundo tem que ter em mente é estar sempre com a vacina atualizada do covid. A gente não tem visto casos graves em pacientes vacinados. Os casos graves estão quase todos concentrados em pacientes não vacinados e com fatores de risco”, explicou.