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Acreana Marina Silva, um dos rostos brasileiros mais conhecidos no mundo, completa 66 anos

Por Tião Maia, ContilNet

Ministra do Meio Ambiente Marina Silva @marinasilvaoficial – 08/02

Nascida em 8 de fevereiro de 1958, no Seringal Bagaço, zona rural de Rio Branco, a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climáticas, Maria Osmarina Marina da Silva Vaz de Lima, a Marina Silva, está completando 66 anos de idade, mais de 40 deles dedicados à polítca e às causas ambientais. Deputada federal eleita pelo Estado de São Paulo, ela transferiu seu domicílio eleitoral depois de ter sido vereadora por Rio Branco (1988), deputada estadual (1990) e senadora da República por dois mandatos, a partir de 1994.

É atualmente dona de um dos rostos mais conhecidos do Brasil em nível internacional e, por onde passa, é tratada com a deferência dos astros e estrelas do jet set internacional.

Nesta condição, a seringueira que ficou órfã de mãe ainda na adolescência e teve que ajudar o pai, Pedro Augusto da Silva (já falecido), a cuidar do restante da família, é interlocutora de presidentes, como Joe Biden, dos Estados Unidos, e Emanuel Macron, da França, além de primeiros-ministros, príncipes e reis de países ao redor do mundo.

Ministra Marina Silva/Foto: Leandro Fonseca/Exame

Nesta condição, recebeu, entre outros prêmios, em Londres, no Palácio de Saint James, das mãos do príncipe Philip da Inglaterra, a “Medalha Duque de Edimburgo”, por sua luta em defesa da Amazônia brasileira. Também recebeu o prêmio da “Fundação Norueguesa Sophie”, por seu trabalho em defesa da Floresta Amazônica, além do prêmio “Champions of the Earth”, a maior premiação da ONU (Organização das Nações Unidas) por sua atuação na área ambiental. Nos Estados Unidos, recebeu o “Prêmio Goldman do Meio Ambiente pela América Latina e Caribe”.

Sua projeção internacional começou a partir de sua atuação como senadora no parlamento brasileiro. Assim, em 27 de julho de 2012, a convite do Comitê Olímpico Internacional, na abertura dos Jogos Olímpicos em Londres, Marina Silva desfilou carregando a bandeira, com os anéis olímpicos. Na época, junto com ela estavam o então secretário geral da ONU, Ban-Ki-moon, o fundista etíope Haile Gebreselassie, o pugilista americano Muham mad Ali, o maestro argentino Daniel Barenboim, e os ativistas dos direitos humanos, Sally Becker, Shami Chakrabarti e Leymah Gbowee.

Era literalmente uma acreana saída do Seringal Bagaço para o mundo, O Seringal Bagaço está distante 70 km da capital Rio Branco. Ali ela viveu até os 15 anos, ao lado de oito irmãos e do pai Pedro Augusto da Silva. Sua mãe, Maria Augusta da Silva, morreu quando ela ainda era adolescente, com 15 anos de idade.

Marina liderando mulheres no campo/Foto: Reprodução

Atarefada no cuidado com os irmãos menores e na ajuda ao pai no corte de seringa e produção de borracha, ela pouco foi à escola na idade escolar. Aos 14 anos, aprendeu as primeiras noções de matemática para ajudar o pai na venda da borracha colhida no seringal. 

O destino a empurrou para a cidade de Rio Branco, onde veio tratar-se de uma hepatite, adquirida no seringal. Foi acolhida na casa das irmãs Servas de Maria. Foi empregada doméstica, contraiu malária e leishmaniose.

Com 16 anos fez o curso do Mobral, um antigo movimento da ditadura militar que visava combater o analfabetismo no Brasil. No Mobral, aprendeu a ler e escrever e completou o 1.º e o 2.º graus fazendo o curso supletivo.

Em 1980, aos 22 anos de idade, teve o primeiro casamento. De seu primeiro casamento, teve dois filhos, Shalon e Danilo. Em 1984, concluiu o curso de História na Universidade Federal do Acre. Começou a lecionar História e atuar no sindicato dos professores.

Mais tarde, fez especialização em teoria psicanalítica na Universidade de Brasília e em psicopedagogia na Universidade Católica de Brasília.

Sua vida política teve início ainda em 1984, quando fundou junto com o ambientalista Chico Mendes, a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Em 1985, separou-se do primeiro marido e, no ano seguinte, se casou com o técnico agrícola que assessorava os seringueiros de Xapuri, Fábio Vaz de Lima. Dessa união teve os filhos Moara e Mayara.

Nesse mesmo ano filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT), e se candidatou a deputada federal; Fazia dobradinha com o sindicalista Chico Mendes como candidato a deputado estadual. Perderam os dois. 

Marina Silva e Chico Mendes candidatos/Foto: Reprodução

Em 1988, foi eleita como a vereadora mais votada de Rio Branco, ficando no cargo até 1990. Nesse mesmo ano, foi eleita deputada estadual com o maior número de votos.

Em 1994, Marina Silva foi eleita senadora pelo  Acre, sendo a mais jovem senadora daquele ano. Em 1995 ocupou o cargo de Secretária Nacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento, do Partido dos Trabalhadores, permanecendo até 1997.

Em 2002 foi reeleita para o senado. Em 2003 foi nomeada para o Ministério do Meio Ambiente, no governo Lula. Em 2006, desentendeu-se com a casa civil e foi acusada de atrasar licenças ambientais, para realização de obras. Em 2008, entregou o cargo de ministra e voltou para o Senado.

Depois de diversos desentendimentos com o PT, no dia 14 de agosto de 2009, Marina Silva anunciou sua desfiliação do Partido dos Trabalhadores. No dia 30 de agosto de 2009, filiou-se ao Partido Verde e no dia 11 de julho de 2010 anunciou sua candidatura à Presidência da República.

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas. Foto: Juan Diaz/ContilNet

Marina perdeu para Dilma Rousseff, mas tornou-se destaque pelo Partido Verde, pois foi a candidata mais votada da história da legenda. No dia 7 de julho de 2011, Marina deixou o Partido Verde.

Em outubro de 2013, Marina Silva foi confirmada como candidata a Presidente da República para as eleições de 2014. Em abril, se aliou ao PSB e a Eduardo Campos, se lançando como vice-presidente da chapa.

No dia 13 de agosto de 2014, Eduardo Campos morreu em um acidente aéreo em São Paulo. No dia 20 de agosto, superando todas as divergências do partido, Marina foi lançada oficialmente como candidata à Presidência da República e Beto Albuquerque como seu vice.

Mais uma vez, Marina não se elegeu, ficando na 3.ª colocação com 22.154.707 votos. Dilma Rousseff foi reeleita.

Em 2018, pela terceira vez, Marina Silva se candidatou pela “Rede” (Partido que ela fundu) à Presidência da República. Eduardo Jorge do PV foi o escolhido para vice-presidente da chapa. Desta vez, Marina ficou em 8.º lugar com apenas 1.069.575 votos. O candidato eleito foi Jair Bolsonaro.

Em janeiro de 2023, com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para o terceiro mandato na presidência, Marina foi nomeada para ocupar o cargo de Ministra do Meio Ambiente.

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