MC Daleste, nome artístico de Daniel Pellegrini, foi morto com um tiro no peito enquanto fazia um show em Campinas, São Paulo, na noite do dia 6 de julho de 2013, aos 20 anos de idade. Entretanto, quase 11 anos depois do crime, o autor do disparo ainda não foi identificado. O caso virou uma série documental.
Dirigida por Guilherme Belarmino e Eliane Scardovelli, MC Daleste — Mataram o Pobre Loco se debruçou sobre as quase mil páginas do processo, que já foi arquivado, e ainda traz novidades sobre o assassinato. Os cineastas esperam que, após a série, o caso seja reaberto. A série tem data de estreia para a próxima sexta-feira (23/2), no Globoplay.
“Esmiuçamos detalhes do processo, fomos fundo mesmo.Encontramos lacunas e falhas e trazemos novas testemunhas. Por isso, temos esperança de que o caso volte a ser discutido e seja reaberto”, declarou Eliane, em entrevista ao O Globo.
Daleste foi criado na Zona Leste de São Paulo, em Cangaíba, e era caçula de três irmãos. Vindo de uma família de classe baixa, sua mãe morreu cedo e dependia do dinheiro de sua irmã mais velha para ir a la houses, local em que iniciou a sua trajetória no funk. Ele começou a ter sucesso com o “proibidão”, mas teve sucesso quando entrou de vez no funk ostentação.
“O nosso doc é sobre música e crime. A base da cultura na periferia é a valorização da raiz. Daleste falava o nome das quebradas das pessoas. Ajudava muita gente, valorizava a ascensão sem esquecer de onde veio”, aponta Guilherme.
Os diretores receberão, da família de MC Daleste, um HD com imagens do artista e notaram que ele também tinha um jeito diferente, para época, de interagir com seus fãs. Para Eliane, ele já era um influencer.
“A imagem do assassinato é um ponto central. Sem ela, o crime não teria repercutido tanto. Quando viralizou, não só no Brasil, mas no mundo, uma das principais reações foi: ‘quem é essa pessoa?’. Mas houve outra bem sintomática: essa imagem foi vista como o tratamento que um funkeiro poderia ter. Crimes com repercussão têm mais chance de resolução. Mas esse, nem com uma imagem tão brutal, teve desfecho”, completou Guilherme.