Alvo da PF, Valdemar é preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo

Presidente do PL foi alvo de busca e apreensão na manhã desta quinta-feira; agentes apreenderam pepita de ouro na casa do dirigente

Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, foi preso em flagrante por posse de arma — Foto: Reprodução/Youtube

O presidente do Partido Liberal (PL) Valdemar Costa Neto foi preso em flagrante na Polícia Federal na manhã desta quinta-feira por posse ilegal de arma de fogo. Ele estava sendo alvo de um mandado de busca e apreensão em uma ação que investiga a tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, quando foi flagrado com uma arma com registro irregular. A arma estava no nome do filho dele e com documentação vencida

Na casa do dirigente, também foi apreendida uma pepita de ouro bruta que será encaminhada ao Instituto Nacional de Criminalística (INC) da PF para ser periciada.

Na manifestação opinando a favor das medidas solicitadas pela PF, o procurador-geral da República Paulo Gonet informou haver indícios da participação de Valdemar na “sistema delituosa que se apura”.

“Entre outros pontos, a autoridade policial indica que, como resultado de outras medidas cautelares, verificou-se que investigados se teriam valido da estrutura da residência do Comitê de Campanha da agremiação política presidida pelo Sr. Costa Neto, para realizar ajustes na minuta de ato de cunho golpista, que seria apresentada no dia seguinte, 7.12.2022”, aponta a PGR.

No documento, o procurador-geral afirma que, a partir desses elementos, os investigadores apontaram o envolvimento do PL, por meio de seu representante máximo no esquema que apuram, a justificar a busca e apreensão contra o dirigente.

‘Principal fiador’ do questionamento das urnas

Na decisão que deferiu as medidas, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou também que Valdemar é tido pela PF como o “principal fiador” dos questionamentos sobre as urnas eletrônicas.

Depois que o ex-presidente Jair Bolsonaro perdeu a disputa em 2022, o PL pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a verificação do resultado do segundo turno das eleições, solicitando a invalidação dos votos de mais de 250 mil urnas.

No passado, Valdemar foi condenado a sete anos de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva no julgamento da Ação Penal 470, que ficou conhecida como Mensalão. Na ocasião, ele cumpriu pena e foi liberado em 2014.

De acordo com a PF, estão sendo cumpridos 30 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes e suspensão do exercício de funções públicas.

Policiais federais cumprem as medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

Nesta fase, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.

O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.

O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.

“Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado”, informou a PF, em nota.

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