Arquiteta transforma cômodo de casa em ateliê para produzir adereços; conheça o outro lado do Carnaval
Por G1
Após personalizar os próprios adereços para frequentar os blocos de Carnaval em Porto Velho, a arquiteta Fernanda Piccoli percebeu o sucesso de suas criações e decidiu empreender. Há cinco anos, transformou um cômodo de sua casa no ateliê ‘Artes da Ferô’.
Com a ajuda da mãe, ela cria e reinventa acessórios com muito brilho, flores, paetês, plumas, penas e miçangas. O que começou como um hobby, agora atrai clientes fiéis e listas de encomendas.
Brincos feitos e vendidos por Fernanda em seu ateliê — Foto: Emily Costa/g1 RO
Ferô, como é conhecida, conta que tudo começou em 2017, quando procurou acessórios diferentes para usar no carnaval, mas não encontrou na cidade.
Ela decidiu confeccionar suas próprias peças: uma tiara de coroa feita com conchas e outra com flores, inspirada nos famosos adereços da cantora Carmen Miranda.
“Como eu sou arquiteta isso me ajudou e ajuda muito. Eu consigo pensar em umas ideias diferentes e colocar em prática”, explica.
Primeiras criações de Fernanda para o carnaval em 2017 — Foto: Ferô/Arquivo
Suas amigas se interessaram e encomendaram acessórios também. Com o sucesso, a arquiteta criou uma página nas redes sociais chamada ‘Artes da Ferô’ e transformou um cômodo pouco utilizado em sua casa no seu ateliê.
Fernanda começou as confecções para o carnaval em 2017 — Foto: Júnior Párraga/Rede Amazônica
No ano seguinte, Ferô já estava recebendo diversas encomendas, o que a motivou a confeccionar acessórios a pronta-entrega.
Atualmente, ela inicia a criação das peças para o carnaval do próximo ano entre setembro e outubro do ano anterior.
Tiaras e acessórios a pronta-entrega no ateliê de Fernanda — Foto: Emily Costa/g1 RO
Ela conta que a parte mais desafiadora é alinhar o trabalho no serviço público com as demandas do ateliê, isso porque, após o término de seu expediente, dedica o restante do dia à confecção de acessórios e ao atendimento de clientes.
“A gente começa a produzir com bastante antecedência, pois além das peças em si, precisamos pesquisar as tendências e os acessórios mais procurados. Sempre deixamos um bom estoque disponível para aqueles que preferem vim aqui e escolher”, explica.
Acessórios feitos por Fernanda e sua mãe disponíveis para venda no ateliê — Foto: Júnior Párraga/Rede Amazônica
Fernanda e sua mãe trabalham juntas no ateliê. A mãe fica responsável pela costura e a arquiteta pelas demais confecções, como brincos, colares, cintos, passadeiras e saias de fitas. As principais encomendas incluem tiaras e plaquinhas com frases.
Há alguns acessórios também que exigem mais tempo de preparo. Este ano, Fernanda teve que aprender a criar alguns itens do zero, através de tutoriais on-line, como o porta-isqueiro feito de miçangas.
Porta-isqueiro de miçangas feito de forma manual — Foto: Júnior Párraga/Rede Amazônica
Ferô conta que, como o ateliê só funciona durante o período do carnaval, ela consegue garantir uma renda extra nessa época. A arquiteta ainda revela que as vendas começam a dá mais retorno perto dos dias de blocos, já que “os brasileiros sempre deixam para a última hora”.
“A demanda maior é quando os eventos vão se aproximando, principalmente no dia dos bloquinhos de rua”, conta.
Atendimento no ateliê de Fernanda — Foto: Júnior Párraga/ Rede Amazônica
As compras de materiais, como flores, paetês e fitas, são feitas fora do estado devido a disponibilidade e a qualidade dos produtos, mas, na falta de estoque de algum material específico, ela recorre às lojas da cidade.
Embora atenda pela internet, a maioria dos clientes preferem ir até o ateliê. Além disso, como ela atende no horário dos blocos de rua, assim que fecha a loja, também aproveita para curtir a folia.
Compras de materiais são feitos fora do estado devido à disponibilidade e à qualidade dos produtos — Foto: Emily Costa/g1