Autor diz que estupro foi cartada de Suzane para assassinar os pais

Segundo Ulisses Campbell, autor da biografia da criminosa, a atitude desesperada aconteceu quando Daniel Cravinhos desistiu do plano

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MARCELO GONCALVES/SIGMAPRESS/ESTADÃO.

Famosa por planejar um dos crimes mais comentados no Brasil, Suzane Von Richthofen teria manipulado o ex-namorado, Daniel Cravinhos, a assassinar Marísia e Manfred Richthofen com uma suposta acusação de estupro. É o que garante Ulisses Campbell, autor do livro Suzane: assassina e manipuladora, baseado nas investigações da tragédia que aconteceu em 2002. “Um jogo de manipulação”, disse durante bate-papo no Na Real, de Bruno Di Simone, que a coluna Fábia Oliveira teve acesso em primeira mão.

“Por isso que ele [Daniel] é quem mata o Manfred, com ciúmes dele ter abusado da namorada. Foi um jogo de manipulação onde ela [Suzane] saiu ganhando”, destacou o jornalista ao se referir a falsa queixa de assédio que a garota fez a um dos irmãos Cravinhos, com a intenção de causar revolta no rapaz, fazendo com que ele cumprisse o plano de matar seus pais à risca.

Segundo Ulisses, a atitude desesperada da Richthofen aconteceu depois de Daniel se negar a cometar o crime. Ele havia desistido da ação depois de chamar seu irmão, Cristian Cravinhos, para ajudá-lo. O menino falou que não participaria e que ainda iria denunciá-lo. No entanto, depois do episódio, Suzane conseguiu convencê-los de que precisava dar fim aos genitores, para que pudesse ser feliz ao lado de Daniel, uma vez que Manfred era contra o relacionamento deles.

Na época do assassinato, Daniel falou para em depoimento que Suzane passou a usar drogas e começou a se transformar, criando uma obsessão para tirar a vida dos pais, que eram controladores ao extremo e confirmando que ela ainda teria dito que apanhava e sofria abusos sexuais de Manfred e que não seria uma pessoa feliz enquanto não sepultasse os pais. Porém, Suzane negou que fosse verdade.

“Ela usou essa cartada, mas eu acho que eram duas almas doentes que se encontram. Por mais que a pessoa seja a maior manipuladora do mundo, eu acho, que se você tiver uma régua pra medir essa manipulação, alcança um grau muito elevado, mas não a ponto de uma pessoa cometer um crime, um assassinato. Ela manipulou, mas o Daniel [Cravinhos] já era uma mente assassina”, frisou o escritor.

Recentemente, condenada a 39 anos e vivendo em regime aberto, Suzane Von Ritchthofen deu a luz à Felipe, fruto do seu relacionamento médico Felipe Zecchini Muniz, e uma coincidência envolvendo o passado veio à tona: a criança nasceu na data do aniversário de Daniel Cravinhos.

Aos 42 anos, Daniel cumpre a pena também em regime aberto. Já seu irmão, Cristian, segue no semiaberto, desde março de 2022. Em 2017, o ex-cunhado de Suzane teve a progressão da condenação para o aberto, mas retornou ao presídio de Tremembé no ano seguinte, após tentar subornar policiais militares.

O episódio com a íntegra da entrevista vai ao ar na próxima quinta-feira (1º/2), às 11h, no canal do YouTube Na Real, apresentado por Bruno Di Simone.

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