São Paulo – Aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado federal Guilherme Boulos (PSol-SP) disse que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não tem “autoridade moral” para apontar o dedo para o Brasil após criticas à comparação que Lula fez das mortes de palestinos na Faixa de Gaza ao Holocausto.
Após uma agenda da pré-campanha à Prefeitura de São Paulo em Parelheiros, no extremo sul da capital paulista, Boulos disse que condena tanto os ataques promovidos pelo Hamas quanto o “massacre que está sendo conduzido pelo governo de extrema-direita do Benjamin Netanyahu na faixa de Gaza”.
“Condeno essa seletividade moral que é uma coisa desumana, que é gente que agora sai condenando e atacando Lula pela declaração que deu, inclusive o prefeito de São Paulo, e que eu não vi dizer um pio quando caiu bomba sobre escola na faixa de Gaza, quando caiu bomba sobre hospital na faixa de Gaza e, francamente, o Benjamin Netanyahu e o seu chanceler não têm nenhuma autoridade moral para apontar o dedo para o Brasil”, declarou o deputado.
Netanyahu classificou Lula como “persona non grata” em Israel enquanto não houver um pedido de desculpas pela fala.
A declaração de Boulos, nesta quinta, ocorreu após ele se esquivar do tema em uma entrevista à BandNews na segunda (19/2). Na ocasião, o psolista disse que não era “comentarista das falas do presidente Lula” nem “candidato a prefeito de Tel Aviv”.
O posicionamento do deputado a respeito dos conflitos na Faixa de Gaza já levantaram polêmica em mais de uma ocasião na pré-campanha.
Boulos já foi chamado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), seu maior adversário nestas eleições, de “amigo do Hamas” por, em um primeiro momento, não ter condenado nominalmente o Hamas pelo ataque que deflagrou a guerra no Oriente Médio.
“Eu não quero que fique nenhuma dúvida a respeito do meu posicionamento e que desde o primeiro momento foi claro: condenei os ataques terroristas do Hamas, mas isso não significa em nenhum momento silenciar sobre esse absurdo desumano, essa barbárie que está sendo conduzida na faixa de Gaza, que já levou a mortes de mais de 10 mil crianças”, disse Boulos.