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Carnaval pode aumentar a doença do beijo, que causa infecção, febre, dores e cansaço; veja como evitar

Por Tião Maia, ContilNet

Além dos cuidados especiais com a segurança física e com pertences que podem ser levados por ladrões e punguistas durante o Carnaval, que neste sábado (10) entra no seu segundo dia da quadra carnavalesca, tem que tomar cuidados também com doenças transmissíveis pelo contato físico. Uma doença põe por terra o axioma segundo o qual o que acontece no Carnaval fica no Carnaval e tem que esquecido quando a folia acaba.

Essa doença é mononucleose, popularmente conhecida como a doença do beijo, uma prática comum, principalmente entre os jovens, em tempos de folia.

Espcialistas em saúde apontam que a mononucleose é uma doença viral contagiosa causada pelo vírus Epstein-Barr. Uma vez adquirido, o vírus nunca é eliminado totalmente do organismo, voltando a se manifestar em eventuais quedas de imunidade.

De acordo com médicos, o contágio ocorre pela troca de fluidos corporais, especialmente a saliva. Segundo o Ministério da Saúde, a primeira infecção costuma ocorrer em adolescentes e adultos jovens, entre 15 e 25 anos.

“É um vírus extremamente comum na população. Uma vez infectado, você pode transmitir essa doença para o resto da vida”, explica o infectologista Marcelo Ducroquet, professor de Medicina da Universidade Positivo (UP) em São Paulo.

Os principais sintomas da mononucleose são fraqueza, cansaço, febre, dor de cabeça e no corpo e o aparecimento de placas na garganta. Os sintomas são comuns à maioria das doenças infecciosas, mas, no caso da mononucleose, há um aspecto particular: as dores e as infamações são acompanhadas do aparecimento de manchas vermelhas pelo corpo e do aumento no tamanho dos gânglios, principalmente no pescoço.

Por isso, é preciso estar atento, já que o aumento dos gânglios pode representar casos mais graves. “Ao perceber sinais como o aumento dos gânglios é preciso ir ao médico, pois pode ocorrer do fígado e baço, que acontecem nos casos mais graves”, afirma o infectologista Josias Oliveira Aragão, do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), em São Paulo.

A maior parte dos sintomas de mononucleose regride em alguns dias, mas o cansaço físico pode durar semanas e até meses. “Poucos casos precisam de hospitalização e, quando isso acontece, geralmente, é devido a alterações expressivas em exames de fígado ou quadros neurológicos”, completa. Em casos raros, a mononucleose pode levar à ruptura do baço, inflamações cardíacas e comprometimento neurológico.

Mononucleose, popularmente conhecida como a doença do beijo/Foto: Reprodução

Não existe um tratamento específico, os cuidados são para mitigar os sintomas. As recomendações geralmente incluem repouso, hidratação adequada, analgésicos para alívio da dor e febre, e, em alguns casos, uso de corticoides para reduzir a inflamação.

“É importante seguir as orientações médicas e evitar o contato próximo com outras pessoas na fase sintomática mais crítica para conter a propagação do vírus”, alerta o infectologista Fernando de Oliveira, coordenador do Hospital São Luiz Morumbi, também em São Paulo.

Para evitar a doença do beijo, a prevenção é evitar contato com pessoas contaminadas, incluindo também o compartilhamento de alimentos, talheres e canudos.

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