Em uma casa de madeira na divisa dos bairros Triângulo e Taquari, dois dos mais afetados pela enchente do Rio Acre, mora Dona Odaísa, de 67 anos e Seu Zeno, de 71 anos.
Morando no local há quase 60 anos, os dois enfrentam mais uma vez a fúria do rua. Com o manancial marcando mais de 16 metros nesta semana, as águas ainda não chegaram no assoalho da casa, por isso o casal ainda não saiu de casa.
Por conta da experiência de anos lidando com as enchentes, Dona Odaísa já subiu todos os móveis para se precaver em uma possível subida repentina das águas, como aconteceu no ano passado.
“Minhas coisas já estão todas ensacadas. Tirei tudo que foi roupa de guarda-roupa, de penteadeira. Porque se for preciso eu não vou dar trabalho a ninguém. Deixei só o necessário”, disse.
Comprovando os impactos das mudanças climáticas, a dona de casa afirmou que atualmente as enchente estão ocorrendo mais frequentemente. “De primeiro não alagava. Hoje em dia alaga mais. Agora está sendo todo ano. Teve ano passado e agora nesse ano”.
Dona Odaísa lembrou que em razão das enchentes, ela decidiu não investir mais em compras de novos móveis. “Só não posso comprar coisas novas, que nem eu queria comprar uma geladeira. Vou comprar pra quê? Pra quando vir uma alagação se estragar. A gente vai ficando com os que tem”, declarou.
Assista a videorreportagem do ContilNet: