Um fisiculturista americano de 35 anos descobriu que sua frequência cardíaca fica descompensada sempre que bebe água gelada, levando inclusive a desmaios. O caso curioso ocorreu no Texas, nos Estados Unidos. Em entrevista ao jornal ABC News, Franklin Aribeana contou ter sido socorrido cerca de 25 vezes ao longo de 17 anos, mas nunca soube a causa do problema.
Recentemente, médicos descobriram que quando a água gelada atingia o fundo da garganta do paciente, irritava o nervo vago – que conecta o cérebro a quase todos os órgãos essenciais, incluindo o coração –, em um caso extremamente raro.
“Enquanto estava bebendo a água, sentia o choque de forma mais perceptível no meu peito. Nunca tinha experimentado isso antes”, afirma.
De acordo com os médicos, o contato com a água fria pode ativar uma resposta conhecida como “reflexo de mergulho”, que diminui a frequência cardíaca e contrai os vasos sanguíneos para ajudar o organismo a conservar oxigênio e redirecionar o sangue para os órgãos vitais.
Normalmente, essa resposta natural do corpo passa rapidamente, assim que a pessoa não está mais exposta à água fria. Em casos mais raros, como em indivíduos com problemas cardíacos (como uma das câmaras do coração aumentada), o reflexo de mergulho pode causar uma queda repentina na pressão arterial ou fazer com que o coração bata de forma irregular. É o caso de Aribeana.
Ele descobriu ter uma parte do coração aumentada, o que pode tornar os batimentos cardíacos erráticos porque o órgão está sob estresse. Junto a isso, os exercícios físicos aumentavam a frequência cardíaca do fisiculturista, o que os médicos acreditam ter contribuído para que o órgão batesse de forma errática – em uma condição chamada de fibrilação atrial.
Susto aos 18 anos
Aribeana desmaiou pela primeira vez aos 18 anos, em 2007, depois de beber água fria enquanto jogava golfe em um dia quente de verão. Desde então, ele afirma ter desmaiado algumas vezes na academia, depois de beber água entre os exercícios.
“Tomei um gole de água fria no campo de golfe e, quando dei por mim, senti palpitações no peito. Eles tiraram minha camisa e dava para ver meu coração batendo forte no peito. E, então, desmaiei”, recorda.
Tratamento
Em uma tentativa de solucionar a condição do americano, os médicos cauterizaram a conexão entre o nervo vago e o coração. Aribeana não teve novas complicações desde o procedimento.