A casa de acolhida Souza Araújo, localizada no km 10 da BR 364, em Rio Branco, que atua há 95 anos nos cuidados às pessoas com hanseníase, tem enfrentado dificuldades financeiras na manutenção de seus trabalhos em razão do atraso nos repasses do convênio com o Governo do Estado.
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O local possibilita aos moradores todo o suporte médico, alimentação e cuidados com os pacientes, que em sua maioria dependem totalmente da ajuda de terceiros para realizar suas atividades diárias.
De acordo com a diretora da casa, irmã Celene, o convênio com o Estado é indispensável para o andamento dos trabalhos no local que hoje tem 30 moradores. Apesar do atraso, ela reconhece que sem a ajuda do Governo não seria possível manter as atividades do espaço.
“Aqui nós fornecemos todo o suporte que essas pessoas precisam, temos o médico, equipe de enfermagem que trabalha todos os dias. Ao todo são 13 enfermeiras e 10 técnicos”, explica.
A falta do repasse do Estado acontece desde novembro e, em razão disso, a diretora relatou que os salários dos trabalhadores estão atrasados. Outra preocupação é com os fornecedores de alimentos, com os quais a casa está em dívida.
“Desse repasse tiramos uma parte para pagar os fornecedores, com o atraso a gente acabou ficando em dívida. Eles ainda estão entregando alimentos por conta da confiança na Diocese, mas acabam que não entregam tudo que precisamos e a gente nem pode exigir, pois estamos devendo. Pelo menos o básico conseguimos oferecer aos nossos moradores”, conta a diretora.
Além disso, a manutenção da estrutura física do local também está comprometida. Um pavilhão inteiro precisou ser desativado por não oferecer segurança aos pacientes. De acordo com a diretora, as últimas reformas feitas no espaço foram realizadas pelo Governo.
Para complementar a alimentação dos moradores da instituição, a Diocese investiu na criação de animais para consumo próprio do local. São criados gado de corte, vacas leiteiras, peixes, aves e suínos.
De acordo a diretora da casa, irmã Celene, foi adotada a ação para cortar gastos com alimentação, uma vez que com os poucos recursos financeiros, acabam recebendo menos insumos para alimentação dos pacientes.
O que diz o Governo
A reportagem do ContilNet procurou a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), responsável pelo convênio com a Diocese de Rio Branco. A secretaria informou que “foi pago parte de novembro e está aguardando regularizarem a prestação de contas para que o restante seja repassado”.
Outra informação repassada ao site é a de que o Governo pretende assumir a direção da instituição e que, por meio da Sesacre, já está estudando uma forma para que isso seja pactuado.