Jovem que assassinou casal na frente do filho de 4 anos é condenado a quase 60 anos de prisão

Versão do assassinado foi desmontada pelas informações de uma testemunha do crime, o filho do casal morto, de apenas quatro anos de idade

Albedio Fernandes Honorato, acusado pelo assassinato de um casal de amigos em Assis Brasil, em abril de 2023, foi condenado a 59 anos de prisão pelo duplo homicídio em julgamento do Tribunal do Júri Popular no município. O condenado tem 23 anos de idade.

Após o crime, o suspeito procurou por atendimento médico e foi encontrado na unidade de atendimento da cidade/Foto: Reprodução

O casal morto era Geziane Lima de Castro, de 19 anos, e seu marido Manoel dos Santos Lopes, de 23. O casal estava em casa, no Ramal Pedreira, km 2, zona rural de Assis Brasil, e na noite do dia 18 de abril de 2023, recebeu Albedio Fernandes Honorato para uma bebedeira. Albedio era amigo de infância de Manuel dos Santos Lopes.

A testemunha-chave para o deslinde do crime foi uma criança de quatro anos de idade, filho do casal morto. A criança viu mãe ser estrangulada após morte do pai e depôs à polícia acompanhada por psicólogos. Seu depoimento desmontou a versão do criminoso, que alegou ter sido atacado primeiro por Manuel e sua esposa e que agira em legítima defesa. Alegou que era amante da mulher do amigo e esta seria a motivação do crime. No entanto, essa versão de traição foi derrubada após as informações repassadas pelo filho das vítimas. Além disso, o suspeito tinha marcas de unhas, o que apontava uma luta com a mulher.

De acordo com a polícia, o primeiro assassinato aconteceu por volta das 3h da madrugada de 18 de abril, a aproximadamente 200 metros de distância da casa da vítima. Ainda de acordo com o delegado, somente o autor do crime estava ingerindo bebida alcoólica.

Após matar o amigo de infância, Albedio Honorato voltou na casa da vítima para lavar a faca e foi quando a mulher da vítima perguntou o que tinha acontecido. Ao saber da situação, ela teria tomado a faca da mão do suspeito e ainda o atingiu com um golpe nas costas, mas o homem conseguiu desarmá-la e procedeu com a esganadura.

O casal foi morto na frente do filho/Foto: Reprodução

Na época do crime, o delegado responsável pelas investigações, Erick Maciel, contou que o suspeito relatou que chamou o amigo para sair e que no caminho se desentenderam, entraram em luta corporal e ele deixou Manoel desacordado na rua. Em seguida, foi até a casa da vítima buscar uma faca, voltou ao local e deu um golpe que atingiu o rosto dele.

“O que a gente apurou é que o autor [do crime] era amigo do casal, chamou o amigo [Manoel] para beber e houve desentendimento neste deslocamento. E ele matou com as próprias mãos, mas não satisfeito, ele [suspeito] pegou a moto da vítima, foi até a casa da vítima, onde estava a esposa, pegou uma faca, retornou ao local e desferiu uma facada que pegou no rosto”, disse.

A denúncia do Ministério Público do Acre (MP-AC) foi aceita pelo juiz Clovis de Souza Lodi. No processo, o MP-AC pediu que o denunciado respondesse por duplo homicídio qualificado com as seguintes qualificadoras: motivo fútil; para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia e tortura.

Após o crime, o suspeito procurou por atendimento médico e foi encontrado na unidade de atendimento da cidade. Os corpos, por sua vez, foram encontrados às 6h da manhã ambos com marcas de esganadura. O de Manoel estava em uma ribanceira próxima da casa onde morava, já Geziane estava em cima da cama.

Segunda a denúncia da Promotoria de Justiça Cumulativa de Assis Brasil, o crime ocorreu de maneira brutal, na presença do filho do casal, a criança de 4 anos.

O promotor de Justiça Carlos Pescador, que atuou no Júri, disse que no julgamento foram consideradas as qualificadoras de motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da primeira vítima, além de meio cruel e recurso que dificultou a defesa da segunda vítima.

PUBLICIDADE