Marcus Alexandre luta para se desvencilhar do PT, mas adesões o deixam com a cara do petismo

Tendência é que o PSB se alie ao ex-prefeito que conta com apoio do PV, PCdoB e PT

O ex-prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, saiu do Partido dos Trabalhadores (PT), mas ao que tudo indica, o PT não saiu  dele. É o que se depreende em relação às últimas adesões a seu nome na pré-campanha eleitoral para uma possível volta à Prefeitura, desta vez pelo MDB, sua nova sigla. 

Depois da adesões formais do PCdoB e do próprio PT a seu nome, Marcus Alexandre recebeu o apoio formal do PSB, através do ex-deputado estadual e candidato derrotado ao Senado pela sigla em 2022, o médico Jenilson Leite, que anunciou se retirar da disputa eleitoral municipal este ano para focar numa possível candidatura ao Governo do Estado, em 2026. Outro dirigente do PSB e candidato derrotado à Câmara Federal em 2022, o também médico Thor Dantas, anunciou adesão à pré-candidatura de Marcus Alexandre.

Jenilson e Marcus Alexandre bateram um papo sobre política na última semana/Foto: ContilNet

Os apoios declarados seriam normais não fosse o PSB, partido do atual vice-presidete de Luiz Inácio Lula da Silva, Geraldo Alckmin, uma espécie de satélite do PT e, no caso local, Jenilson Leite e Thor Dantas terem sido ativos militantes do petismo enquanto o Partido esteve no poder no Acre, durante 20 anos, de 2008 a 2018.

Por isso, por mais que tente se livrar da imagem de petista, Marcus Alexandre se vê cada vez mais cercado por figuras que, mesmo filiadas a outras siglas como ele, ainda permanecem com a cara do petismo.

Marcus Alexandre e emedebistas na sede do PSB/Foto; ContilNet

No caso de Thor Dantas, ele usou suas redes sociais para fazer uma malabarismo verbal que o une ao novo partido de Marcus Alexandre, o MDB. “As minhas primeiras lembranças de infância envolvendo atividades políticas vêm de meu tio-avô Mário Maia fazendo campanha para Senador e de minha mãe, Concita Maia, envolvida na campanha dele e de Flaviano Melo para Prefeito. Há 40 anos atrás”, disse Thor Dantas, sem citar que sua mãe foi secretária de Estado do petismo, no governo de Tiao Viana, de 2011 a 2018.

“O MDB é o partido-berço da democracia brasileira que abrigou, desde o início, a todos que não tinham direito a voz, liderando a redemocratização”, afirmou. “O PSB, partido que acolheu minha entrada na atividade político-partidária, é hoje um partido essencial a essa mesma democracia, viabilizando-a e defendendo-a com protagonismo, coerência e independência”, acrescentou.

O médico disse ainda que O PSB havia feito, na semana que passou, “um importante movimento em direção à construção de alternativas para a gestão da nossa cidade de Rio Branco, que tanto precisa”. Segundo ele, “PSB e MDB abriram diálogo para uma possível aliança que tem potencial de reunir as melhores condições, técnicas e políticas, para dar à população de nossa capital o que ela tanto precisa, e tem de melhor”. “Dois partidos fortes, que reúnem duas “jovens” lideranças de grande densidade eleitoral, “velhos” dirigentes com larga experiência política e equipes técnicas de elevada qualidade de formulação”, afirmou, em referência a César Messias, presidente regional do PSB, de Jenilson Leite e Marcus Alexandre.

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