Porto Velho apresenta sinais de crescimento de casos da Covid-19 segundo dados do InfoGripe

Entre as capitais, 11 apresentam sinal de crescimento: Aracaju (SE), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Vitória (ES)

O Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (22/2), mostra manutenção do cenário de aumento do número de novos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associados à Covid-19, especialmente em estados do Sudeste e do Centro-Oeste, além de um sinal incipiente em Santa Catarina. A região Norte, por sua vez, mantém a tendência de interrupção. Referente à Semana Epidemiológica (SE) 7, de 11 a 17 de fevereiro, a análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 19 de fevereiro.

As regiões Sudeste e Centro-Oeste seguem como os principais destaques em relação ao aumento de novos casos de SRAG associados à Covid-19 no país. Em boa parte dos estados dessas duas regiões, há uma situação de retomada do crescimento semanal das internações pela doença. Além deles, Santa Catarina também apresenta um leve sinal na mesma direção. “Apesar de incipiente, pode indicar um início de processo de aumento. Já o Norte repete o sinal anterior de interrupção desse ciclo que se iniciou na virada do ano. Agora, diversos estados da região já mantêm queda ou interromperam a sequência de crescimento do número de novos casos”, informa o pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes.

Nesta atualização, também foi identificada a volta da presença de casos positivos para o vírus influenza A, o vírus da gripe. Igualmente concentrados nos estados do Centro-Sul, em especial nas regiões Sudeste e Sul, no entanto, os casos ainda são significativamente inferiores ao da Covid-19.

“Eventualmente podemos ter uma situação de cocirculação, ou seja, um aumento simultâneo dos dois vírus em alguns estados do país, especialmente no Centro-Sul. O que fica de recomendação dado esse cenário? Fundamentalmente, aquilo que já sabemos. Para quem vai a uma unidade de saúde – seja a trabalho, visita ou busca por atendimento – faça uso de uma boa máscara de proteção, preferencialmente N95, PFF2, que oferecem maior capacidade de proteção coletiva através do uso individual”, orienta Gomes. Em caso de suspeita da doença, tais como sintomas de infecção respiratória ou parecidos com gripe, a recomendação fundamental é o repouso, o isolamento e buscar atendimento médico, além do uso da máscara. Além desses cuidados, ressalta, manter em dia a vacina tanto da Covid quanto da gripe é fundamental.

No agregado nacional, há sinal de crescimento tanto na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) quanto na de curto prazo (últimas três semanas). Nas últimas oito semanas, a incidência e mortalidade de SRAG mantém o padrão típico de maior impacto entre crianças pequenas e idosos. A incidência de SRAG por Covid-19 mantém o cenário de maior impacto nas crianças de até dois anos e população a partir de 65 anos de idade. Outros vírus respiratórios com destaque para a incidência de SRAG nas crianças pequenas são o vírus sincicial respiratório (VSR) e o rinovírus. Já a mortalidade da SRAG tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com predomínio de Covid-19.

Estados e capitais

Sete estados apresentam sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Os dados de faixa etária e resultados laboratoriais sugerem que o aumento nesses estados está associado principalmente à Covid-19. No Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina o sinal é mais incipiente, sendo mais claro nos demais. Em Minas Gerais, onde também se observou crescimento recente de SRAG por Covid-19, o cenário atual é de oscilação.

No Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo também é possível observar ligeiro aumento recente nos casos de SRAG positivos para influenza A (gripe), em volume significativamente mais baixo do que para a Covid-19.

Entre as capitais, 11 apresentam sinal de crescimento: Aracaju (SE), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Vitória (ES). Dentre essas, as que possuem sinal mais claro se concentram no Centro-Oeste e no Sudeste.

Resultados positivos de vírus respiratórios e óbitos
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de influenza A (7,8%); influenza B (0,3%); vírus sincicial respiratório – VSR (10,4%); e Sars-CoV-2/Covid-19 (66,9%). Entre os óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos foi de influenza A (4,6%), influenza B (0%), VSR (0%), e Sars-CoV-2/Covid-19 (87,2%).

Referente ao ano epidemiológico 2024, já foram notificados 8.693 casos de SRAG, sendo 3.297 (37,9%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 3.591 (41,3%) negativos, e ao menos 1.289 (14,8%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado. Dentre os casos positivos do ano corrente, tem-se influenza A (6,7%), influenza B (0,4%), VSR (10,6%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (66,4%).

Referente aos casos de SRAG de 2024, independentemente da presença de febre, já foram registrados 607 óbitos, sendo 347 (57,2%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 213 (35,1%) negativos, e ao menos 24 (4,0%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os positivos do ano corrente, tem-se influenza A (4,9%), influenza B (0,3%), VSR (1,2%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (88,5%).

Informações: João Pedro Sabadini (Agência Fiocruz de Notícias)

PUBLICIDADE