Thalita Zampirolli, a rainha de bateria da Unidos de Padre Miguel, tem muito o que comemorar. Ela não apenas festeja a vitória da escola de samba na Série Ouro do carnaval carioca, mas também vislumbra ser a primeira mulher trans no posto de rainha de uma agremiação no Grupo Especial do Rio. Se nada mudar, a empresária, que já desfilou duas vezes pela Unidos de Padre Miguel, estreia na elite do carnaval.
Veja fotos de Thalita Zampirolli, rainha de bateria da Unidos de Padre Miguel
— A Unidos de Padre Miguel sempre foi uma escola sem preconceitos. Eles sempre acreditaram no poder da força feminina. Lara Mara (de 19 anos), por exemplo, é a diretora de carnaval mulher mais jovem de toda história. Eu sou a primeira rainha trans deles. Então, é uma escola que não faz acepção de pessoas — analisa.
Thalita ainda completa:
— Eu nesta posição de rainha de bateria quero apenas dizer que o lugar da mulher trans é onde ela quiser. Ninguém pode dizer onde estaremos e como vamos fazer. Tenho orgulho de ser empresária, atriz e rainha de uma grande escola.
Se hoje ela é uma empresária de sucesso e reina à frente da Unidos de Padre Miguel, no passado ela sofreu preconceito por ser uma mulher trans.
— Cheguei a levar uma laranja podre na cabeça quando estava em uma feira, mas eu conseguir chegar aonde Deus me colocou e, hoje, eu sou uma mulher bem-sucedida — relembra.
Rainha de bateria da Unidos de Padre Miguel comemora vitória da escola de samba
Nesta quarta-feira (14), a Unidos de Padre Miguel conquistou o campeonato da Série Ouro e vai desfilar pela primeira vez no Grupo Especial em 2025. Thalita comemora a vitória da escola que a acolheu com tanto carinho.
— Esta vitória era muito esperada. A gente está com nó na garganta há anos, sempre fazendo belíssimos campeonatos e amargando o segundo lugar. Agora estamos no lugar que merecemos e não vamos descer mais — conta ela, que chegou a desmaiar de emoção nesta quarta-feira quando a escola foi anunciada vencedora.