O coronel Cláudio Falcão, coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, concedeu entrevista à reportagem do ContilNet nesta quinta-feira (29), no Parque de Exposições, onde mais de mil famílias estão abrigadas por conta da cheia do Rio Acre.
Sobre o cenário que mostra redução do nível do Rio em Brasiléia, mas crescimento na capital acreana, Falcão destacou que Rio Branco ainda sofrerá graves consequências nos próximos dias.
“A situação se agrava cada vez mais. O rio baixou em Brasiléia e é uma boa notícia, mas as consequências virão pra cá ainda mais forte. A partir do momento que essa água desce toda, acaba chegando aqui”, pontuou.
Para o coordenador da Defesa Civil, a situação do Riozinho do Rola é um dado que preocupa o órgão. “Um outro fator que está agravando mais aqui é a situação do Riozinho do Rola. Mesmo em vazante lá em Brasiléia, Xapuri está aumentando, Capixaba aumentando. Mas quando os dois começarem a dar vazante, e essas águas chegarem aqui, continuaremos numa situação de agravamento se o riozinho do Rola também não retrair”, destacou.
“Temos mais chuva e lá onde está apresentando vazante pode voltar a aumentar. Temos também a situação dos igarapés que, com a chuva, podem voltar a subir. Nesse momento, o cenário é de agravamento e crítico, mas estamos trabalhando muito para não deixar nossas famílias desassistidas”, continuou.
Ao todo, na capital, 557 famílias estão em abrigos, num total de 2.137 pessoas. “Esse número aumenta a todo o momento”, disse Falcão. A quantidade de pessoas desalojadas chega em torno de 10 mil.
Pelo menos 60 mil pessoas já foram afetadas. “Estamos muito próximo de 17 metros. Podemos alcançar 17 metros e meio. A previsão é de que a partir de domingo, caso não tenhamos chuvas muito fortes, o Rio comece a estabilizar. Mas ele pode crescer mais. O cenário que se apresenta agora é tão grave quanto o de 2015”, finalizou.