O Dia Internacional da Mulher, celebrado em todo o mundo ocidental nesta sexta-feira (8), é uma data a qual, no Brasil, homens e mulheres têm muito pouco a comemorar. Aliás, muito pelo o contrário: em oito anos, de 2015 até 2023, o país registrou 10,6 mil mulheres assassinadas em crimes de feminicídios – números relativos a uma guerra entre nações, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), revelados nesta quinta-feira (7).
No Acre, onde a data é celebrada com um feriado estadual, houve crescimento de 11,1% de um ano para o outro, de 2022 para 2023, registrando dez feminicídios no ano passado. A propósito, o Acre está perfilado, em nível nacional, segundo o FBSP, em segundo lugar entre os estados com as mais altas taxas de feminicídios, ao lado de Rondônia e Tocantins, com 2,4 mortes para cada 100 mil mulheres.
De acordo com o FBSP, ano passado, foram mortas 1,4 mil mulheres. O feminicídio é uma qualificação do crime de homicídio doloso, quando há a intenção de matar. É o assassinato decorrente de violência contra a mulher, em razão da condição do sexo ou quando demonstrado desprezo pela condição de mulher. A lei que instituiu o dispositivo foi sancionada em março de 2015.
No ano passado, foram 1,46 mil vítimas desse tipo de crime no Brasil, o que representa uma taxa de 1,4 mortes para cada grupo de 100 mil mulheres. O número apresenta um crescimento de 1,6% em relação a 2022.
Mato Grosso registrou a maior taxa de feminicídios, com 2,5 mortes para cada grupo de 100 mil mulheres. Em números absolutos, foram 46 feminicídios no ano passado.
São Paulo tem o maior número absoluto de feminicídios, com 221 casos em 2023. A taxa do Estado, entretanto, é menor do que a média nacional, com uma morte para cada grupo de 100 mil mulheres. Em comparação com 2022, foi registrada alta de 13,3% no número de feminicídios no Estado.
O maior índice de crescimento de feminicídio foi registrado em Roraima, que passou de três para seis em 2023. A taxa no ano passado ficou em 1,9 mulheres para cada 100 mil.
No Distrito Federal, houve crescimento de 78,9% nos feminicídios de 2022 para 2023, chegando a 34 casos no ano passado. Com a alta, a taxa chegou a 2,3 mortes para cada 100 mil mulheres.
Em Rondônia houve queda de 20,8% nesse tipo de crime, com 19 casos em 2023. Enquanto Tocantins teve um aumento de 28,6%, com 18 mortes no ano passado.