Acreanos fugitivos de Mossoró são alvos de nova denúncia pelo MPAC; entenda o caso

Os dois são acusados por liderar o levante de presos e assassinato de cinco detentos de facção rival; Lula determina que forças de segurança tentem capturá-los com vida

Em fuga há 21 dias, quando de forma inédita conseguiram fugir de um presídio de segurança máxima do sistema federal, o de Mossoró, no Rio Grande do Norte, os presidiários acreanos Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, sofreram, nesta terça-feira (5), e Rio Branco, mais uma denúncia de crimes. A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por meio do Grupo Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), pela participação dos dois criminosos na rebelião de segurança máxima Antônio Amaro Alves, em Rio Branco, quando cinco presos foram assassinados, três decapitados.

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Na época, a rebelião durou cerca de 24 horas e foi marcada por atos de extrema violência contra presos pertencentes à facção rival a que pertencem os atuais presidiários em fuga na região Nordeste do Brasil, o Comando Vermelho (CV). Os presos mortos na rebelião eram integrantes do chamado “Bonde dos 13”, ligado ao PCC, rival do CV. Os dois fugitivos foram transferidos do presídio em Rio Branco para o presídio federal de Mossoró exatamente por terem sido identificados como os líderes da rebelião no Antonio Amaro.

Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento/Foto: Reprodução

De acordo com o MPAC, relatórios técnicos apresentados nos autos de investigação do caso detalham a cronologia e os preparativos que antecederam a insurgência dos reclusos. Um ponto-chave foi a transferência de custodiados para o pavilhão 01 da unidade prisional nas semanas que antecederam a rebelião.

A análise dos relatórios revelou a intenção das transgressões dos denunciados, que provocaram sua transferência para o pavilhão. Uma vez no local, iniciaram-se movimentações entre as celas que culminaram na rebelião.

Na denúncia, é apresentada a individualização de condutas de cada denunciado e o grau de influência deles dentro da organização criminosa, demonstrando-se a participação da cúpula da organização nas ações criminosas. O documento destaca ainda a pretensão dos envolvidos em buscar a libertação de membros-chave da organização, além da demonstração de força em relação a grupos rivais pela subjugação de seus líderes e a própria coerção da sociedade, em razão da ousadia pela fuga da única unidade prisional definida como de segurança máxima no Estado do Acre.

A denúncia busca responsabilizar os envolvidos pelos papéis desempenhados na rebelião e seus desdobramentos, enquanto integrantes de facção criminosa. Em relação aos homicídios, o MPAC aguarda o encerramento das investigações da Polícia Civil. O Ministério Público designou os membros do Gaeco para atuação em apoio aos promotores com atribuição no Tribunal do Júri, no qual os dois, devem ir novamente a julgamento, sejam capturados ou não – em caso de não serem recapturados, eles devem ser julgados à revelia.

O caso da fuga dos acreanos chegou à mesa do presidente da República, no Palácio do Planalto. Nas últimas horas, agências de notícias do Governo Federal que, por recomendação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a cúpula do Ministério da Justiça vem orientando os policiais e agentes de segurança que participam das buscas aos dois fugitivos que eles precisam ser capturados vivos. A orientação tem sentido porque Lula não quer que, sob seu Governo,os fugitivos tenham o mesmo destino do serial killer goiano Lazaro Barbosa, que foi procurado em caçada semelhante e que foi executado ao ser capturado.

Lula recomendou que os integrantes das forças de segurança façam o possível para recapturar os dois vivos porque, só assim, melhor seriam esclarecidas as circunstâncias da fuga, registrada na madrugada do último dia 14 de fevereiro, um feito nunca antes registrado no sistema federal do país, desde sua criação, em 2006.

O governo também acredita que, vivos, Deibson e Rogério poderão colaborar com eventuais investigações sobre o Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar à qual ambos são ligados

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