Bocalom inicia segunda fase de pesquisas de campo para furar poços em busca de água potável

Prefeito lembra fenômenos climáticos e diz que é preciso buscar alternativas às cheias e secas do Rio Acre

Os poços artesianos com profundidade de até 800 metros que a Prefeitura de Rio Branco deverá cavar na cidade em busca de água potável devem começar a ser perfurados a partir de maio deste ano. Pelo menos dois desses povos em 12 locais escolhidos previamente devem ser perfurados, segundo informou, nesta terça-feira (19), o prefeito Tião Bocalom.

Acompanhado de diretores e técnicos do Depasa (Departamento de Pavimentação e Saneamento), estatal administrada pela Prefeitura, Tião Bocalom esteve hoje no bairro Portal da Amazônia, onde estão sendo feitas as pesquisas, através de uma empresa especializada na área e contratada pela Prefeitura, para saber se ali há água em quantidade e qualidade para atender a demanda da cidade, que começa a enfrentar problemas com a falta do produto por causa das dificuldades na captação feita no Rio Acre.

Prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom/Foto: Reprodução

Único manancial de abastecimento de água em Rio Branco, o Rio Acre apresenta dificuldades para a captação nas duas estações amazônicas do ano, no inverno e verão; no verão, face à seca no rio, e no inverno, por causa das enchentes e da violência da correnteza que arrasta tudo que encontra pela frente, inclusive as bombas de captação que ficam sobre balsas flutuantes atracadas no leito do rio e que foram viradas, como foi registrado na última enchente deste ano.

Com esta segunda pesquisa, dentro de 15 dias, a empresa contratada para estudar a possibilidade de encontrar um bom aquífero no subsolo de Rio Branco, encerra as pesquisas de campo. “Daí em diante, o trabalho será em laboratório, cujos estudos devem levar um pouco mais de 30 dias para serem conclusivos”, disse o diretor-presidente do Depasa, Enoque Pereira. “Por isso, nossa previsão para o início das perfurações é para o mês de maio”, acrescentou.

Bocalom inspecionou a segunda etapa de pesquisa de campo/Foto: Reprodução

O prefeito Tião Bocalom, ao inspecionar esta segunda etapa de pesquisa de campo, disse ao ContilNet que tudo que é consumido em termos de água em Rio Branco é captado do Rio Acre. “Para atender aos nossos usuários, a gente trata a água do Rio Acre”, disse Bocalom.

Mas, segundo ele, de uns quatro anos para cá, o Rio Acre está sofrendo extremos. Seca demais ou cheia demais. “Isso dificulta que a gente capte a água do rio e a trate. É por isso que a gente teve agora, há um tempo atrás mas não muito distante, uma crise em Rio Branco em relação à água”, acrescentou.

O Rio Acre apresenta dificuldades para a captação nas duas estações amazônicas do ano/Foto: Reprodução

De acordo com o prefeito, a crise não foi por falta de bomba ou falta de motor. “Inclusive havia um flutuante no rio, que virou. Mesmo assim nós tínhamos bombas de motores substitutos, que viraram. Mesmo assim, é ruim puxar água do rio”, disse Bocalom.

Segundo o prefeito, a situação ficou tão difícil que o que era arrumado pela manhã, a tarde quebrava de novo. Em relação aos poços, segundo o prefeito, dando água no subsolador, a Prefeitura vai poder oferecer estabilidade no fornecimento. “Em Rio Branco, são consumidos a média de 1.600 litros de água por segundo, que é o que conseguimos produzir. Quando chega a fase ruim do rio, que é a turbidez alta, verdadeira lama na água, a gente consegue tratar no máximo 1.500 e 1.350 litros por segundo. O restante faz falta à cidade. Com a água de poço, é uma água pronta. Se a gente conseguir puxar essa água, ela já estará praticamente pronta, bastando apenas clorar”, disse Bocalom.

De acordo com o prefeito, a crise não foi por falta de bomba ou falta de motor/Foto: Reprodução

As preocupações do prefeito aumentaram em relação ao problema da falta de água em Rio Branco a partir dos registros cada vez mais frequentes de fenômenos climáticos. “O Rio Acre nasce no Peru e às vezes lá não tem água. Isso é preocupante e nos leva à reflexão de que é preciso cuidar da nossa água. Há muitas fazendas que tomam  as margens do rio Acre e estão tirando cada vez mais água. Então, a gente precisa de uma alternativa, um verdadeiro plano B para que Rio Branco não sinta falta de água com já sentiu cidades como o Bujari, Epitaciolândia. São municípios que estão aqui próximos e que ficaram sem água”, lembrou Bocalom.

De acordo com o prefeito, não seria possível, como gestor, ficar mais inerte em relação ao problema. “Na verdade, estamos buscando água de qualidade para termos estabilidade em relação ao produto daqui para frente e no futuro”, disse.

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