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Busca por foragidos acreanos conta com cães usados pela realeza britânica; entenda

Por Tião Maia, ContilNet

No dia em que completou exatos 30 dias da fuga dos presidiários acreanos Deibson Nascimento e Rogério Mendonça do presídio de segurança máxima de Mossoro (RN), nesta quinta-feira (14), a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Sennapen) anunciou uma nova arma para ajudar nas operações de buscas aos criminosos.

Além de aviões, helicópteros, veículos, drones e outros equipamentos cujo uso despende pelo menos R$ 300 mil por dia nas operações, a nova arma são cães farejadores de uma raça especial embora tenham sido, até aqui, cães vira-latas, aqueles sem raça definida, que mais aproximaram os policiais dos fugitivos.

Nem mesmo o cão chamado de Fúria, um belga-alemão da Polícia Penal do Mato Grosso do Sul e apontado como especialista neste tipo de operação e captura, deu conta do recado. Um dos motivos para isso, segundo a coordenação das operações policias, seria a destreza dos acreanos na lida com a mata, ainda que seja caatinga, na qual os dois se movimentariam com muita facilidade inclusive escondendo os rastros e outras pistas.

Cães de Santo Humberto/Foto: Reprodução

O fato é que, um mês depois da fuga inédita de um presídio federal na história do país, os dois acreanos continuam a dar trabalho ao sistema de segurança do país e expõem as vísceras do governo em relação às dificuldades no sistema. Até mesmo apresentador Ratinho, do SBT, em vídeos postados em redes sociais, tem feito gozações com o sistema de segurança e defesa do país por causa da fuga dos acreanos. Disse o apresentador: “O Brasil não tem competência para capturar dois fugitivos de um presídio, e quer se meter em guerras como a de Gaza, da Ucrânia… Santa Paciência”, disse o apresentador.

Há informações de que, por causa dos gastos elevados com as operações e por críticas de vários setores da sociedade, o governo estaria propenso a mandar suspender as buscas. O Palácio do Planalto e o Ministério da Justiça, no entanto, não confirmam a possibilidade de suspensão e anunciaram a nova “arma” nas buscas.

A coordenação das operações requisitou o reforço na matilha de cães farejadores conhecidos como Cães de Santo Humberto. São animais originários da Inglaterra e da Bélgica e assim chamados porque criados no convento de Santo Humberto. São considerados os melhores farejadores do planeta. No passado, eram muitos usados pela realeza britânica nas famosas caçadas à raposa, os bloodhounds são especialistas em encontrar trufas e cogumelos específicos, que na Europa crescem dentro de florestas e embaixo da terra, ao redor de árvores.

Com faro aguçadíssimo, os animais serão usados pelas forças policiais para se aproximarem dos fugitivos, anunciaram policias. Os policiais têm usado trapos de uma camisa encontrada na mata para aguçar o faro dos animais. A peça de roupa seria de um dos fugitivos e foi abandonada em uma área de mata fechada.

As forças de segurança deverão ampliar a área de buscas, na zona rural de Baraúna (RN), e tentar encurralar os criminosos, que, segundo a polícia, estão cansados e machucados.

Fugitivos de Mossoró/Foto: Reprodução

Mas a mais nova pista sobre a localização e que poderia levar a polícia aos fugitivos foi constatada com o auxílio de cachorros sem raça definida, os chamados vira-latas, na zona rural de Baraúna, no Rio Grande do Norte. Os vira-latas ficaram agitados na noite do último dia 12 e, assim, chamaram a atenção dos moradores, que acionaram policiais. Com a ajuda de cães farejadores, os investigadores confirmaram que a dupla havia passado pelo local. A informação foi confirmada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, durante coletiva de imprensa nessa quarta-feira (13).

Nesta quinta-feira, um mês desde que Deibson Cabral Nascimento, o “Deisinho” ou “Tatu”, e Rogério da Silva Mendonça fugiram do Presídio Federal de Segurança Máxima de Mossoró, o ministro insiste em dizer que há indícios de que os foragidos continuam nas redondezas do presídio. A Polícia Federal divulgou possíveis disfarces de ambos e pede que a população passe informações que possa levar aos dois acreanos, mediante recompensa de R$ 15 mil por cabeça.

Eles foram vistos pela última vez há 11 dias. Uma testemunha que trabalha como caseiro em um galpão agrícola, em uma fazenda do Assentamento Vitória, na zona rural de Baraúna, contou que os fugitivos invadiram o local na madrugada do último dia 3. O funcionário chegou a ser agredido pela dupla, com um “tapa na cara”.

O trabalhador detalhou que estava sozinho quando os criminosos chegaram. “Eu estava dormindo na cadeira de balanço quando me renderam. Colocaram uma espécie de cano nas minhas costas, mas não consegui ver se era uma arma. Perguntaram se eu tinha celular ou dinheiro, e eu disse que não”, relatou.

Ainda segundo a testemunha, um dos fugitivos usava apenas bermuda e boné branco; o outro vestia bermuda e uma camisa vermelha.

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