O tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid disse em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não foi induzido por investigadores da Polícia Federal (PF) durante a delação premiada sobre apuração de tentativa de golpe e falsificação de comprovantes de vacinação contra Covid-19.
Questionado se em algum momento foi coagido por qualquer pessoa ou instituição durante a delação premiada, Cid respondeu que “a decisão foi própria, de livre e espontânea vontade”.
“Nunca houve induzimento às respostas. Nenhum membro da Polícia Federal o coagiu a falar algo que não teria acontecido”, esclareceu o militar.
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também foi perguntado sobre o áudio que veio a público por meio da revista Veja, em que disse que “queriam que eu [Cid] falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu”.
“O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser. Com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação”, expressou Cid no áudio.
O militar declarou que era uma conversa privada, informal, particular e sem intuito de ser exposta em revista de grande circulação. Cid afirma que não sabe quem divulgou o conteúdo para imprensa, visto que tem se relacionado apenas com pessoas do círculo pessoal, como amigos e familiares.
O ex-ajudante de ordens defende que não tem contato com nenhum político ou membro do Judiciário.
Depois de prestar depoimento, o tenente-coronel voltou a ser preso. O ministro Alexandre de Moraes, determinou a prisão de Mauro Cid por descumprimento de medidas judiciais e por obstrução de Justiça.
“Diante da necessidade de afastar qualquer dúvida sobre a legalidade, espontaneidade e voluntariedade da colaboração de Mauro César Barbosa Cid, que confirmou integralmente os termos anteriores de suas declarações, torno pública a ata de audiência realizada para a oitiva do colaborador”, argumentou Moraes.