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Conheça a acreana atleta e campeã nacional que virou professora de braille para crianças após ficar cega

Por Matheus Mello, ContilNet

No especial do Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta sexta-feira, 8 de março, o ContilNet traz a história de Sebastiana da Silva Santana, uma acreana, nascida em Xapuri, que transformou um episódio triste em uma causa de vida.

A história de Sebastiana virou tema de artigo publicado na Revista Gente de Opinião. A autora, Izabel Cristina, fez um panorama sobre os acontecimentos na vida da acreana, que a transformaram em uma agente de transformação.

Dona Sebastiana nasceu no Seringal Cachoeira, um dos mais importantes do município onde nasceu Chico Mendes. Quando criança, ela estudou na Escola Estadual Plácido de Castro. Só na década de 60 que ela, ao lado dos pais, que eram agricultores e depois viraram empresários do ramo de panificação e sorveteria, decidiram se mudar para a capital Rio Branco.

Sebastiana foi atleta campeã em diversas modalidades no Acre/Foto: Reprodução

Mas foi em 1972, já no município de Senador Guiomard, que dona Sebastiana começou uma jornada de sucesso no esporte. Ela se tornou atleta nas modalidades de Salto em Distância, em Altura, Lançamento de Dardo, Peso, Disco e Corrida e entre outros. Além disso, Sebastiana chegou a ser selecionada para representar o Acre nos Jogos Estudantis Brasileiros, dos seus 14 aos 20 anos.

A acreana ainda foi atleta master em Voleibol, Handebol, Marcha Atlética pela Seleção do Estado do Acre.

A educação transforma

Anos depois, Sebastiana encontrou na Educação a chave para transformar não só a vida dela, mas a de várias outras pessoas. Ela se formou em Pedagogia pela FARO, uma instituição de Rondônia, estado que mora atualmente. Em seguida, a acreana fez concurso público para atuar como professora da Rede Municipal do Município de Porto Velho.

Porém, há 8 anos, um episódio marcou para sempre a vida de Sebastiana. A acreana perdeu a visão e precisou mudar completamente a rotina pessoal e profissional. Após isso, no trabalho, a professora foi destinada a coordenar a Sala Braille, na Biblioteca Municipal Francisco Meireles, um projeto que ensina e acolher crianças com Deficiência Visual.

Hoje ela coordena um projeto que ensina braille para crianças em Porto Velho/Foto: Reprodução

“O seu legado é continuar alfabetizando as crianças e adultos em Braille e contribuindo com os projetos da Biblioteca Municipal Francisco Meireles e dentre eles: É Tempo de Inclusão da Sala Braille e Clube de Leitura Infantil onde é colaboradora para os Deficientes Visuais”, destaca trecho do artigo em homenagem à acreana.

Quebrando barreiras

Tiana, como é conhecida por todos em Porto Velho, seguiu quebrando barreiras. Em 2014, começou um Mestrado em Ciências da Educação, na Faculdade Interamericana de Assunção, no Paraguai. “Devido a perda da sua visão e de seu irmão, teve uma depressão onde afastou -se por um ano. Retornando em 2017 para a conclusão sem enxergar com o apoio dos amigos, da orientadora e da Tecnologia Assistiva com o Leitor de Tela e Programa NVDA e DOSVOX ( leitores de tela para deficientes)”, explicou Izabel, contando a história da acreana.

Mesmo com as dificuldades, anos depois, em 2020, ela se tornou a primeira pessoa com deficiência visual a se tornar mestre no estado de Rondônia.

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