Especialistas dizem qual o incidente com aviões mais registrado no Acre nos últimos dois anos

No entanto, acidentes aéreos com mortes custaram a vida de 13 pessoas, ao longo de pouco menos de 15 meses no estado

Painel do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, o Sipaer, do Ministério da Aeronáutica, revela que nestes pouco menos de três meses de 2024, o Acre já registrou 3 incidentes com aviões, sendo duas colisões com aves em pleno ar e um choque contra um animal em terra. No entanto, no sistema do Sipaer ainda não consta o acidente grave com o monomotor Cessna 182 Skylane, prefixo PT-JUN, ocorrido na manhã desta segunda-feira (18), matando um passageiro e deixando outros seis ocupantes feridos, na cidade de Manoel Urbano (a cerca de 200 quilômetros de Rio Branco).

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Ainda segundo o painel, ao longo de todo o ano de 2023 no Acre, foram 7 incidentes, dos quais 5 também causados por avarias na fuselagem em decorrência de choques contra pássaros a baixa altura.

Neste mesmo ano, no entanto, o estado registrava três acidentes, sendo o mais grave deles com um avião monomotor turboélice Cessna Caravan 208B, de prefixo PT-MEE, da empresa paraense ART Táxi Aéreo. No acidente, pelo menos 12 pessoas perderam a vida, quando a aeronave que era fretada para transportar passageiros do Sistema Único de Saúde, decolou de Rio Branco para o município amazonense de Envira (a 360 quilômetros da capital acreana).

Maioria das colisões com aves ocorre em jatos de linhas áreas

Um fator observado é que dos 5 incidentes de colisão com pássaros em 2023, dois aconteceram com aviões comerciais Boeing 737 Max, provavelmente os mesmos operados pela Gol Linhas Aéreas, que possui esses tipos de aeronaves em sua frota operando para o Acre, e outro com um Airbus A320, possivelmente da TAM, que também faz parte da malha viária do estado. Este ano, por mais duas vezes, os Boeing 737 Max viriam a se esbarrar com aves, além de um Boeing 737-200.

Maioria das colisões com aves ocorre em jatos de linhas áreas/Foto: Reprodução

Este ano, em todo o Brasil, já são 42 acidentes aéreos e 22 mortes

Especialistas em aviação no país apresentam uma série de fatores para explicar os acidentes e incidentes aeronáuticos no país. E um dos pontos de maior consenso é o de que a falha humana se esconde por trás da maioria das ocorrências.

“Ela é uma das grandes vilãs, porque onde há o homem pode haver falhas, principalmente, quando ele confira demais em si próprio ou negligencia a manutenção de uma aeronave”, ressalta por telefone para ContilNet, o mecânico de jatos Raife Silva, o ‘Ralotítio Zero’, como é conhecido, e que por muitos anos trabalhou na base da extinta Vasp em Rio Branco.

Apenas em 2024, já foram registrados 42 acidentes/Foto: Reprodução

Os números preocupam, principalmente, na aviação geral e de pequeno porte. Se em 2023, o Brasil registrou 155 acidentes ao longo dos 12 meses, nestes primeiros três meses de 2024, eles já são 42. O número de acidentes fatais no ano passado no país, quando há pelo menos uma morte, chegou a 29, enquanto que este ano já são 10. Em 2023, foram 72 óbitos registrados, dos quais 12 foram no Acre com o acidente do Caravan da ART Táxi Aéreo.

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