Após vistoria da Defesa Civil Municipal, o retorno para os lares das famílias desabrigadas em Cruzeiro do Sul já está sendo efetuado. Até esta quarta-feira (19), 50 das 134 famílias já voltaram às suas residências. O processo de retorno será gradual, considerando a capacidade logística e a necessidade de segurança destas pessoas.
“Estamos agora aguardando a transferência de recursos financeiros para que a gente possa começar a fazer a distribuição. Nesse primeiro momento serão sacolões, kits de higiene, kits de limpeza”, falou o prefeito da cidade, Zequinha Lima, sobre estas ações.
Uma transferência de recursos e uma reunião com o ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, e o da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, serão feitas para garantir recursos e discutir propostas de investimento em infraestrutura, visando prevenir danos futuros causados pelas cheias do Rio Juruá.
José Lima, coordenador da Defesa Civil, enfatizou a importância dos cuidados durante a remoção dos abrigos:
“O principal cuidado é verificar a história do local, as condições do terreno e da residência, assegurando que não houve danos significativos pela força das correntezas. Esse trabalho está em andamento desde sábado, e até quarta-feira pretendemos concluir a remoção de todas as famílias.”
Uma das desabrigadas, Maria do Carmo Maciel, 80, agradeceu pelo apoio recebido durante sua estadia no abrigo:
“Graças a Deus, nunca passamos fome. Recebemos café, almoço, jantar, tudo providenciado pela Prefeitura. Mas é bom voltar para casa, não tem nada como a casa da gente”.
Umas das maiores enchentes da história
Um total de 530 pessoas foram retiradas de suas residências, incluindo 134 famílias nos abrigos públicos da cidade. Os bairros atingidos foram Saboeiro, São Salvador, Manoel Terças, Lagoa, Beira Rio, Remanso, Cobal, Cohab, Varzea, Miritizal, Cruzeirinho e Comunidade Olivença. Além disso, 14 comunidades rurais foram afetadas.
As escolas que serviram de abrigo foram: Professor Flodoardo Cabral, Escola Thaumaturgo de Azevedo, Escola Irmã Diana, Escola Maria da Conceição, Escola Maria Lima de Souza, Escola Corazita Negreiros, Escola Padre Arnold, Escola Craveiro Costa, Escola Dom Henrique Ruth, Valério Caldas Magalhães, Escola Brás de Aguiar e Escola Madre Adelgundes Becker.
Em 08 de março, o rio chegou a 14,04 metros na cidade, uma das maiores marcas de sua história. A maior enchente da história do município se deu em 2021, quando o Rio Juruá alcançou a cota de 14,36 metros.