Dois jogadores do Atlético-AC – que ainda não tiveram os nomes divulgados – tiveram celulares apreendidos no CT Adauto Frota, o Frotão, em Rio Branco (AC), nessa terça-feira (26), após o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) deflagrar a operação “Gol Contra”, que apura a existência de suposto esquema de manipulação de resultados em jogos de futebol.
Ao ge, o presidente do Atlético-AC, Macelo Avelino, disse que os dois jogadores alvos da operação foram contratados por meio de acordo com um investidor – sem nome divulgado. Durante a pré-temporada, o Atlético-AC trocou de treinador e teve mudanças no elenco.
De acordo com o dirigente, a diretoria do clube vai se reunir no fim da manhã desta quarta-feira (27) para decidir sobre o afastamento ou não dos atletas que foram alvos da operação, e emitir um posicionamento oficial sobre o ocorrido.
O material apreendido será analisado pelo MPRN, que ainda investiga o possível envolvimento de outras pessoas no suposto esquema de manipulação de resultados.
Operação “Gol Contra”
A ação contou com o apoio do Ministério Público do Acre (MPAC) e da Polícia Militar potiguar. Ao todo, três promotores de Justiça, 18 servidores do MPRN e do MPAC, e 12 policiais militares cumpriram quatro mandados de busca e apreensão em Ceará-Mirim e dois em Rio Branco.
São apurados os crimes contra a incerteza do resultado esportivo, previstos na Lei Geral do Esporte, além de associação criminosa, prevista no Código Penal.
Segundo o MP, o esquema de manipulação de resultados estaria ocorrendo em campeonatos organizados pela Federação Norte-rio-grandense de Futebol, e “havia um arranjo a fim de favorecer determinados grupos em apostas predatórias realizadas no chamado ‘mercado bet'”.
O MPRN já tem evidências que existem apostadores que se beneficiam por participarem diretamente ou por informação privilegiada; que há aliciadores que ofertam valores ao corpo técnico dos times envolvidos para obtenção de resultados fraudados; também existem jogadores que são protagonistas em campo; e ainda possíveis dirigentes e/ou técnicos coniventes ou envolvidos no suposto esquema.
Para o MPRN, já há fortes elementos indiciários e sinais exteriores concretos aptos para pontar as fraudes. Esse suposto esquema é batizado de “Mercado Bet”.