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Justiça determina 2 vezes que Boulos apague post de pesquisa eleitoral

Por Metrópoles

São Paulo – A Justiça Eleitoral determinou, em dois processos distintos, que o deputado federal Guilherme Boulos (PSol-SP) retire do ar, em até 24 horas, postagens sobre pesquisa de intenção de votos à Prefeitura de São Paulo sob pena de multa diária de R$ 10 mil em cada ação.

As duas decisões foram publicadas pelo juiz Antonio Zorz nesta quarta-feira (6/3), acatando pedidos feito pelo PSB, partido da também deputada e pré-candidata Tabata Amaral, e do MDB, partido do prefeito Ricardo Nunes.

Nos dois casos, as siglas reclamam de uma montagem publicada por Boulos no Instagram e no Facebook celebrando o fato de ter ficado numericamente à frente na pesquisa Real Time Big Data, encomendada pela Record e divulgada nessa segunda (4/3), com 34% das intenções de votos.

Tabata surge em terceiro lugar, com 10%, mas não foi citada pelo psolista nas redes sociais. A pesquisa testou três cenários distintos, dois deles incluindo candidatos bolsonaristas: em um, o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), e em outro, o senador Marcos Pontes (PL).

Em posts no Instagram e no Facebook, Boulos celebrou o resultado e, inicialmente, publicou uma montagem com Nunes, Salles, Pontes e o pré-candidato Padre Kelmon (PRD), dizendo liderar contra “qualquer adversário”.

Depois, apagou o post e publicou nova montagem mostrando apenas Nunes, Salles e Pontes, dizendo ter ficado à frente de “qualquer bolsonarista” (veja abaixo). Em nenhuma das duas vezes ele citou Tabata, o deputado Kim Kataguiri (União-SP) e a economista Marina Helena (Rede).

Reprodução/Instagram

Post de Guilherme Boulos sobre pesquisa eleitoral à Prefeitura de SP

Tabata criticou a publicação, chamando o post de “safadeza”, e acionou a Justiça Eleitoral alegando que as postagens de Boulos tiveram a “intenção de manipular e ludibriar o eleitorado”. O argumento foi acolhido pelo juiz Antonio Zorz, que viu a publicação como uma intenção de provocar “desvio” no resultado da pesquisa.

“Em outras palavras, tais vícios podem ensejar desvio na lisura da pesquisa eleitoral e podem ocasionar nefastos efeitos ao sadio trâmite eleitoral que se pretende proteger”, escreveu o magistrado.

Já o MDB, partido de Nunes, também acionou a Justiça Eleitoral com pedido semelhante, alegando “fraude” na publicação de uma montagem com um cenário que não existiu, incluindo Nunes, Salles e Pontes.

“Ou seja, da forma como divulgada pelo pretenso candidato, não há uma pesquisa estimulada que inclua todos aqueles constantes na publicação, como se todos aqueles houvessem competido na pesquisa entre si, gerando os percentuais ali constantes”, afirmou Zorz.

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