“Esse é um vídeo para alertar vocês que, nessa época do ano, esses animaizinhos entram para dentro das nossas casas, se escondem e, às vezes, podem passar despercebidos”, começa Ellen Martins, de Nova Lima, Minas Gerais, em um vídeo que já acumulou mais de 2,3 milhões de visualizações no último mês. O filho de 3 anos de Ellen, Theo Henrique, foi picado no dedo por uma aranha armadeira no fim de janeiro. “Ele teve reação alérgica imediata no corpo e ficou sentindo muita dor no dedo onde foi picado. Mas foi medicado e, graças a Deus, acordou bem melhor. Inclusive, no dia seguinte, nós demos mais uma olhada e encontramos outra aranha. Ficamos alerta e vamos tomar bastante cuidado”, continuou ela.
O tamanho da aranha realmente assusta. À CRESCER, ela disse que foi a primeira vez que encontrou a espécie dentro de casa. “Os sintomas que ele apresentou após a picada foram vermelhidão em todo o corpo e dor intensa. Foi picado na ponta do dedo, não ficou visível. Ele foi levado imediatamente para o hospital, juntamente com a aranha dentro de um pote, para confirmar a espécie e os riscos que ela oferecia. As armadeiras são venenosas, mas a que picou ele não é a mais letal. A que oferece um maior risco é de cor marrom”, explicou.
Sobre a aranha armadeira
Depois do susto, Ellen entrou em contato com o educador ambiental Matheus Silva Mesquita (@biomesquita), de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, que comentou o vídeo de Ellen em suas redes sociais. “Essa é a aranha do gênero Phoneutria, é a aranha mais peçonhenta do Brasil, das Américas e também considerada a aranha mais peçonhenta do mundo. O veneno dela mexe com nossa pressão arterial e nossos batimentos cardíacos, então se a pessoa for cardíaca ou se for uma criança, o risco de morte existe”, pontuou.
“O grandre problema das aranhas armadeiras é que, diferente das outras espécies, ela não é um animal muito ‘calminho’. Se você aproximar sua mão sem querer ou tocá-la, ela vai te picar. E isso acontece porque elas são defensivas. Além disso, a picada causa uma dor muito forte”, alertou. O educador elogiou a atitude dos pais em levar o animal em um pote ao hospital junto com o filho para identificação correta da espécie. “Importante para que ele fosse atendido da forma certa”, disse. “Existe um soro, um antiveneno para picada de aranha armadeira”, completou.
Abril e maio costuma ser a época de maior reprodução da espécie e, por isso, as chances de encontrar esses animais são maiores. Uma solução é investir em telas nas portas e janelas, revisar o ambiente e sempre olhar dentro dos sapatos antes de calçar. “Elas costumam se esconder em bananeiras, locais de mata, em materiais de construção, sapatos e, no meu caso, ela se escondeu na caixa de brinquedos do meu filho”, disse Ellen. “Infelizmente, não temos como deixar a casa fechada o dia todo, mas, agora, antes de dormir, nós olhamos todo o quarto primeiro e antes de o meu filho brincar no quintal”, explicou.
“Estamos mais sujeitos a encontrar esses animais porque aqui estamos próximos a uma área de mata. E o fato de a minha casa ser muito antiga, feita de barro e janelas de madeira, favorece a entrada dos animais pelas frestas, não tem muito o que fazer. É ficar atento, manter a casa sempre limpa e contamos com a proteção divina. Meu filho teve sorte de não ter um quadro grave. Acreditamos que foi um livramento de Deus”, finalizou.