Sport define punição do STJD como cortina de fumaça

9 meses atrás

Por Ge

O Sport pronunciou-se oficialmente na noite desta terça-feira sobre a punição sofrida pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva de perda de oito mandos de campo – por conta do ataque ao ônibus do Fortaleza. O clube disse que iria recorrer, criticou a decisão, alegou que prejudica milhares de torcedores e a chamou de “cortina de fumaça” (confira nota na íntegra no fim).

Com um texto forte, o Sport também classifica a decisão de “descabida” e “injusta”. Em sessão do STJD nesta manhã de terça, o clube terminou punido, também, com a impossibilidade de levar a própria torcida na condição de visitante.

Como trata-se de uma decisão em segunda instância, cabe recurso, que deve ser protocolado pelo Sport ao órgão ainda nesta terça-feira.

Desde o dia 22 de fevereiro até agora, reuniões foram feitas, inclusive com agenda nacional pautada pelo clube pernambucano no combate à violência no futebol, mas sem prisões. Cerca de 15 pessoas foram ouvidas pela Polícia Civil de Pernambuco – que segue em silêncio, sob a justificativa de “não atrapalhar as investigações”, entre testemunhas e suspeitos.

Confira a nota oficial na íntegra

O Sport Club do Recife se posiciona contrário a punição imposta pela Segunda Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), na manhã desta terça-feira (12). A vice-presidência jurídica do Rubro-negro vai recorrer dessa decisão descabida e injusta.

Não se pode novamente tratar de um tema tão complexo, que hoje é uma chaga nacional, de maneira tão rasa. Não é possível ir pelo caminho de decisões comprovadamente ineficazes só para criar uma falsa sensação de justiça que nada reflete na realidade e que em nada resulta na redução da violência. É só mais uma cortina de fumaça.

Pelo contrário. Esse tipo de punição coletiva, na verdade, atinge milhões de torcedores inocentes e instituições com centenas de trabalhadores, profissionais e prestadores de serviço, deixando justamente o caminho livre para os verdadeiros criminosos cometerem atos de covardia e violência, como aconteceu no dia 22 de fevereiro. Criminosos que continuam soltos por aí, sem nenhuma responsabilidade dos atos e que seguem aterrorizando a todos que vivem o futebol brasileiro, independente de time, cidade ou Estado. O Sport não pode ser responsabilizado por isso!

Punir uma instituição que não tem nenhuma relação com a torcida organizada, que cumpriu com todas as orientações de segurança e que não tem nenhum poder de Estado para coibir bandidos pela cidade não é fazer justiça. É querer mostrar serviço sem atentar para o verdadeiro problema. A punição, além de não resolver, acoberta e tira o foco e a pressão de se investigar os culpados e as organizações criminosas por trás dos atos.

Não punir esses indivíduos, e sim os clubes, é um caminho desleixado para um problema tão sério. Estamos vivendo um problema social e não desportivo. Uma crise de segurança pública, de norte a sul, rodada após rodada. É preciso entender e levar a sério a complexidade do tema. Cobrar atitude dos órgãos responsáveis. Afinal, nenhum clube do Brasil vai resolver esse grave problema sozinho.

Só com comprometimento total do poder público, responsabilidade, rigidez e cooperação dos serviços de inteligência é que vamos avançar.

No STJD

No julgamento do (STJD) desta terça-feira pela manhã, o Sport terminou denunciado com base no Artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), cuja punição foi sustentada pelo procurador Marcos Souto Maior.

O clube, inclusive, poderia ter pego um gancho até maior, de 10 partidas (foram oito) e multa de R$ 100 mil (foram R$ 80 mil). A denúncia foi acolhida de forma unânime entre o relator Diogo Maia, os auditores Washington Oliveira, Iuri Engel, Marcello Bellizze e o presidente da Segunda Comissão Disciplinar, Carlos Eduardo Cardoso.