A Comissão de Financiamentos Externos (Confiex) aprovou nesta quinta-feira (25) oito projetos com foco na integração regional, na melhoria da qualidade de vida e na redução da desigualdade social da população que vive na região da fronteira do Brasil com os países do Mercosul.
Os projetos, que somam mais de R$ 350 (US$ 70 milhões) milhões em recursos, envolvem saneamento, desenvolvimento produtivo para geração de emprego e renda, mobilidade urbana e infraestrutura social para aldeias indígenas, entre outras políticas públicas.
De acordo com o Ministério do Planejamento e Orçamento, A seleção de projetos foi feita pela Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex) e levou em conta critérios como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região afetada, o potencial de redução das desigualdades regionais da política pública apresentada e o papel na integração física e social com os demais países do Mercosul. Ao todo foram submetidas 26 propostas de projetos, somando um total superior a R$ 1 bilhão.
Acre, um dos beneficiados
O Acre deverá ser contemplado com recursos do Focem para um projeto de expansão das cadeias de suinocultura e avicultura na Faixa de Fronteira com a Bolívia. Um projeto capitaneado pelo Ministério dos Povos Indígenas, por sua vez, vai atender 363 aldeias instaladas na região de fronteira entre o Brasil e seus parceiros do Mercosul.
O Programa de Desenvolvimento das Cadeias Produtivas para Geração de Emprego no Estado do Acre foi apresentado pelo governo estadual e vai beneficiar de forma direta 1.500 famílias de produtores rurais, com envolvimento estimado de 2.625 mulheres e 1.500 jovens de 15 a 29 anos. O Acre é o 16º do país no ranking do IDHM, com índice de desenvolvimento humano de 0,710, em 2021, considerado alto. Contudo, a maioria (21 dos 22 municípios) têm IDHM baixo ou muito baixo, e 51% da população vive em situação de pobreza.
A base do projeto é promover o desenvolvimento socioeconômico sustentável, o aumento do emprego, trabalho e renda, e a redução da pobreza rural por meio da expansão e fortalecimento das cadeias produtivas da suinocultura e avicultura. A capacitação do produtor rural, com difusão de inovações tecnológicas, permitirá que essas famílias aumentem e qualifiquem o fornecimento de aves e suínos às indústrias que atualmente possuem uma capacidade ociosa.
O projeto também se conecta com as rotas de integração sul-americana (rotas Quadrante Rondon e Bioceânica de Capricórnio, principalmente) porque esse aumento da produção dos frigoríficos poderá ser escoado para mercados nacionais, regionais e até internacionais com maior agilidade e menor custo.