Comando na Bolívia diz que não vai mais tolerar fechamentos de pontes na fronteira com o Acre

Pontes são fechadas em protestos de servidores do governo boliviano por atrasos salariais e protestos ameaçam inclusive o desabastecimento de combustível e alimentos na cidade de Cobija

A depender do comando da Polícia Nacional da Bolívia na cidade de Cobija, capital do Departamento de Pando, os seguidos fechamentos das pontes que ligam os territórios brasileiro e boliviano na fronteira com os municípios de Epitaciolândia e Brasiléia, vão acabar. O fechamento das duas pontes construídas pelo governo brasileiro é feito por servidores públicos bolivianos em protesto por falta de pagamentos de seus salários por parte da administração da alcadia (prefeitura) de Cobija, que estaria constate atraso.

No último protesto, houve confronto entre civis e policiais bolivianos numa das pontes fechadas. O fim dos protestos, que acabam afetando a economia na fronteira, é uma determinação do comandante Departamental da Polícia, Hernán Romero, segundo um comunicado emitido através da imprensa em Cobija, alertando para futuros distúrbios e bloqueios.

No incidente em que houve confronto entre policiais e civis foi registrado no bairro 27 de maio, em Cobija, no qual policiais ficaram feridos. No comunicado, o oficial Hernán Romero afirmou que a Polícia não vai mais tolerar novos distúrbios ou bloqueios em pontes e ruas da cidade. A Polícia boliviana conclui que os fechamentos e os protestos são de conotação política.

Oficial comandante da Polícia Nacional da Bolívia em Cobija/Foto: Reprodução

Os líderes dos manifestantes, no entanto, advertem que os protestos são contra a gestão da prefeita Ana Lúcia pelo atraso de cinco meses nos salários, o que estaria afetando pelo menos 243 trabalhadores, além dos que foram demitidos. “São mais de mil famílias em desespero”, disse um dos líderes das manifestações.

O bloqueio das pontes nos últimos dias têm sido frequentes e prolongados. O último durou três dias e gerou significativo impacto na circulação de pessoas e mercadorias. O temor é que os seguidos fechamentos cause desabastecimento de combustível e alimentos na Bolívia, já que as mercadorias, para chegar ao território boliviano, têm que necessariamente atravessarem o território brasileiro, passando, principalmente, pela ponte que liga Epitaciolândia a Cobija, de maior porte e capaz de suportar cargas pesadas.

 Foto: Alexandre Lima

Durante os fechamentos, os manifestantes deixam passar apenas veículos de emergência e pessoas enfermas. Estudantes brasileiros que cursam faculdade nas universidades bolivianas, assim como brasileiros que trabalham na Bolívia, são afetados pela interrupção do trânsito.

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