Um paciente de 72 anos, que testou positivo para o vírus da Covid-19 durante aproximadamente 613 dias, morreu em outubro de 2023. O caso foi revelado pela revista americana “Time” em 18 de abril e será apresentado neste fim de semana, durante um encontro em Barcelona, por pesquisadores do Centro de Medicina Experimental e Molecular da Universidade de Amsterdã.
De acordo com os pesquisadores, o homem, que não teve nacionalidade ou identidade reveladas, foi contaminado pela variante ômicron em fevereiro de 2022 e desenvolveu mais de 50 mutações.
🩸 O paciente sofria de uma doença do sangue e seu sistema imunológico foi incapaz de produzir anticorpos suficientes para combater o vírus, apesar das várias doses de reforço da vacina que recebeu antes de ser contaminado.
Com base nas análises das amostras coletadas, os pesquisadores chegaram à conclusão de que o coronavírus desenvolveu resistência ao sotrovimab, um tratamento de anticorpos monoclonais que costuma ser eficaz em casos leves e moderados de Covid. Apesar do medicamento, o vírus teria sofrido mais de 50 mutações, segundo a reportagem publicada na Time.
Vírus mutante não se espalhou
⌛ Esta é a infecção mais longa de Sars-CoV-2 já registrada desde o início da epidemia, de acordo com os pesquisadores. O recorde até agora era o de uma contaminação de 20 meses. Os especialistas afirmam que o vírus mutante não chegou a contaminar outras pessoas.
“Este caso mostra a existência do risco de infecções resistentes pelo SARS-CoV-2 em indivíduos imunossuprimidos”, escreveram os autores do estudo. “Ele também ilustra a importância da vigilância genômica da progressão do SARS-CoV-2 em indivíduos com esse perfil”, reiteraram.