O presidente da CPI das Apostas Esportivas (CPiae) do Senado, instalada nesta quarta-feira (10), terá o senador Kajuru (PSB-GO) como presidente e o autor da proposta, senador Romário (PL-TJ), como relator. A CPiae fio instalada nesta tarde terá na vice-presidência o senador Eduardo Girão (Novo-CE). Dois senadores do Acre, Marcio Bittar (Uniçao), e Sérgio Petecão, terão assentos na CPI, o primeiro como titular, e o segundo, como suplente.
Marcio Bittar disse que o convite a seu nome para integrar o colegiado se deu, ele acredita, por sua atuação na CPI das ONGs, da qual foi relator, no ano passado. Bittar disse que vai convocar atletas e dirigentes esportivos do Acre suspeitos de forjarem resultados num mercado ilegal de apostas no futebol. “Nós compreendemos que, num esporte de tamanha importância no país, como é o futebol, não é possível que haja resultados forjados, em que alguém ganha dinheiro de forma ilegal”, afimou.
Na primeira reunião de instalação da CPI, os integrantes deixaram claro que o objetivo do colegiado “é colocar tudo a limpo, abrindo as caixas pretas”, ao se referirem as denúncias sobre manipulação de resultados e casas de apostas esportivas.
Autor do requerimento que originou a CPI, Romário agradeceu a escolha para a relatoria, comprometeu-se a se dedicar completamente aos trabalhos do colegiado e informou que, no seu relatório, vai “prevalecer o certo, a transparência, o justo e a honestidade”.
“Eu tenho certeza que essa CPI tem alguns objetivos e nós vamos alcançá-los. Nós sabemos dos problemas que o nosso futebol vive (…) ao longo desses anos. Aqui são pessoas que querem, definitivamente, colocar tudo a limpo, querem abrir as caixas pretas dessas casas de apostas que existem no nosso país, entender, conhecer melhor que tipo de manipulação vem acontecendo e quais são os autores e atores dessas manipulações”, disse Romário, segundo a Agência de |otícias do Senado.
As denúncias a serem investigadas pela CPI envolvem jogadores, dirigentes e empresas de apostas. No seu requerimento, Romário afirma que as apostas esportivas movimentam muito dinheiro atualmente e que o possível aliciamento de jogadores e dirigentes para manipulação de resultados pode colocar em risco a credibilidade dos jogos.
Kajuru afirmou que a CPI já deve começar os trabalhos na próxima semana e que a intenção, conforme explicou, é convidar como primeiro depoente o dono da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Botafogo, John Textor. “Textor, o dono do Botafogo, que todo o Brasil espera (…) será o nosso primeiro convidado. O Brasil quer saber as provas que ele tem, as gravações que ele tem, seria realmente o início bombástico desta CPI”, disse o senador.
Em entrevista, Textor afirmou possuir gravações que comprovariam a existência de corrupção da arbitragem no Campeonato Brasileiro de Futebol.
Kajuru informou ainda que, por consenso, a CPI se reunirá todas as quartas-feiras, às 14h. Excepcionalmente, quando estiver previsto um depoimento de maior duração, a comissão poderá se reunir também segunda-feira, às 15h.
Na avaliação do vice-presidente, senador Eduardo Girão, a CPI terá a missão de recuperar a credibilidade e a essência do futebol que, segundo ele, está sendo atingida pelas denúncias de corrupção e ilegalidades em apostas esportivas.
“Com o advento das apostas esportivas, ficou muito claro o risco, a grande ameaça que está sofrendo o esporte brasileiro, especialmente falando aqui do futebol. Acredito que esse time que está aqui tem tudo para fazer um gol, tem uma vivência na sua vida, principalmente o senador Kajuru e o senador Romário. Têm uma vida passada no esporte, na crônica esportiva, são referências no Brasil em relação a isso, e o que eu puder fazer, eu farei. Para colaborar, para buscar corrigir o que está errado e punir os responsáveis. Para que a CPI possa tirar das entranhas, da podridão, do submundo, desse flagelo que são as apostas esportivas”, afirmou
Kajuru ainda informou que uma das medidas de punição a serem tomadas pela CPI, se o colegiado chegar à conclusão, com provas, de que houve manipulação de jogos, será o pedido para que a Justiça faça o banimento do responsável do futebol. “Quem cometer esse tipo de crime será banido do futebol. Não é essa bobagem de condenar por um ano, suspender por 90 dias, não existe isso. Será banido. Terá que procurar outra profissão para trabalhar. E se não for do Brasil, a pessoa será banido do Brasil, nem entra no país”, afirmou