Dinheiro de financiamento da fuga de acreanos de Mossoró saiu do Rio de Janeiro, diz PF

Fugitivos também receberam apoio logístico para viagem e Polícia Federal agora quer saber quem são os financiadores

O dinheiro utilizado pelos acreanos Deibson Nascimento e Rogério da Conceição no financiamento dos 51 dias de fuga deles de Mossoró, no Rio Grande do Norte, até o Pará, saiu do Rio de Janeiro. Capturados próximo a cidade de Marabá (PA), os dois já estão de volta ao presídio de |Mossoró, sob intensa vigilância.

Os acreanos foram capturados no Pará/Foto: Reprodução

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Além dos recursos enviados a partir de contas do Rio de Janeiro, os dois fugitivos contaram também com apoio logístico que permitiu o uso de carros e barcos no deslocamento em mais de 1.600 quilômetros do presídio, o local no qual eles foram capturados. A informação da PF de que eles tentavam chegar ao exterior se baseia no Estado de origem de ambos, o Acre, que faz fronteira com a Bolívia e o Peru. A PF acha que os dois estavam tentando voltar ao Acre e daqui acessar o território extrangeiro.

A revelação de que os recursos utilizados pelos fugitivos saiu do Rio é do diretor-geral do Departamento de Polícia Federal (PPF), Andrei Rodrigues. “A investigação já apontou financiamento que veio, não da região, mas do Rio de Janeiro, por exemplo. São dados protegidos por sigilo bancário, que fazem parte da investigação, que não posso entrar no detalhamento do responsável de onde partiu exatamente essa transferência”, afirmou.

Deibson e Rogério estavam foragidos desde fevereiro deste ano/ Foto: Reprodução

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Rodrigues afirmou que o apoio logístico dado aos fugitivos possibilitou que eles ficassem foragidos por tanto tempo e se deslocarem por cerca de 1.600 quilômetros. “Havia moradias que foram utilizadas pelos fugitivos, havia veículos, vestimentas, alimentação, embarcação para ser utilizada do Ceará até o Pará, enfim, toda a estrutura necessária para [eles] ficarem escondidos durante um tempo para fazerem os deslocamentos, inclusive o deslocamento que a nossa atividade investigativa apontou que teria como destino o exterior”, afirmou.

O diretor-geral da PF afirmou ainda que foram presas oito pessoas que tinham relação com a fuga. “Ouvimos 34 pessoas e fizemos 25 perícias de diversas naturezas, entre as quais, identificação de materiais biológicos para identificar eventuais pontos em que os fugitivos estavam. […] Toda essa atividade de inteligência nos conduziu à certeza de que as pessoas [os fugitivos] estariam nesse deslocamento, em uma rodovia federal e, portanto, momentos antes da abordagem, solicitamos o apoio da Polícia Rodoviária Federal e pudemos então recapturar os dois fugitivos”, explicou.

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