Greenpeace diz que fazenda no Acre recebeu verbas de banco mesmo condenada por crimes ambientais

O estudo destacou 15 propriedades que, apesar de irregularidades diversas, receberam R$ 43 milhões em créditos

O jornal O Globo publicou um levantamento feito pela ONG Greenpeace Brasil, que revelou falhas nas regras de concessão de crédito rural em propriedades da Amazônia.

De acordo com o estudo, entre 2018 e 2022, 798 imóveis com embargos no Ibama por conta de crimes ambientais, conseguiram receber dinheiro de financiamento de bancos.

O jornal expôs que, ao todo, o relatório identificou créditos a dezenas de milhares de propriedades que tiveram registros de desmatamentos ou que têm áreas sobrepostas a Terras Indígenas (TI), Unidades de Conservação (UC) e Florestas Públicas Não Destinadas (FPND). O estudo destacou 15 propriedades que, apesar de irregularidades diversas, receberam R$ 43 milhões em créditos.

Greenpeace destaca que não há monitoramento sobre a situação de regularidade da propriedade após a concessão do empréstimo/Juan Diaz/ContilNet

Para conseguir um crédito de financiamento no banco, uma das regras impostas é não ter nenhum embargo no Ibama. Essa regra existe desde 2008. Porém, o Greenpeace destaca que não há monitoramento sobre a situação de regularidade da propriedade após a concessão do empréstimo.

É o caso de uma fazenda no Acre, um dos 12 analisados pelo relatório da ONG. A fazenda recebeu embargos do Ibama por conta de ter desmatado mais de 300 hectares entre 2014 e 2022.

Mas o proprietário conseguiu realizar o processo auto declaratório de seu Cadastro Ambiental Rural (CAR) e obteve financiamento de um banco em 2019. Um ano depois, seu CAR foi cancelado devido a irregularidades, mas como não há monitoramento posterior à liberação de crédito, o proprietário não teve maiores problemas com a operação, disse a matéria.

O relatório do Greenpeace não informou o nome e nem a localidade da fazenda no Acre.

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