“Eu pensei que fosse uma confusão no meio da rua, e quando vi a polícia, perguntei: “Por que não nos disseram que era a polícia?”. Não precisa criar toda essa ‘zoada’, né?! E, para minha surpresa, vi minha população de Feijó totalmente em pânico”, detalha Raimundo Ferreira Pinheiro, o Dindin, para o ContilNet sobre o momento em que o mandado de busca e apreensão foi realizado em sua residência.
Na quarta-feira (17), Pinheiro viu seu nome em diversos veículos de imprensa, segundo ele, após a Operação Algar ser deflagrada. A operação faz parte do procedimento de investigação criminal instaurado pelo Ministério Público do Acre (MPAC) para apurar a prática do crime de ameaça contra um desembargador do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC).
Dindin garante como ficou decepcionado com o modo como foi tratado, com até repórteres afirmando que ele estaria preso – o que não é verdade. O ex-prefeito também reitera que não acharam nenhuma arma em sua casa. Ele deixa claro que só usou armas quando era Oficial de Justiça de carreira.
“Também devo dizer que fiquei com pena da minha família. Meus pais não estão acostumados com isso. Minha mãe é uma senhora acamada; meu pai tem uma idade muito avançada, e quando viu aquele indivíduo, ficaram preocupados”, desabafa Dindin, sobre as dificuldades que seus entes passaram, após as acusações.
Apoio da população e perseguição
O ex-prefeito fala ainda que, mesmo com imputações graves acontecendo, ele se sente acolhido pela população de Feijó. Pinheiro relata “pânico” com o que foi espalhado com seu nome após a operação:
“Foi terça-feira ou segunda-feira, eu entrei no Banco do Brasil, basicamente, dando total apoio. Voltei na rua, de novo, do mesmo jeito: me rodeando, paravam o carro, a moto. Todos vinham me cumprimentar”, garante Dindin sobre como a população de Feijó reagiu às alegações imputadas a ele.
Esta não é a primeira vez que o nome de Raimundo Ferreira Pinheiro está envolto em acusações. O MPAC o acusou, em 2016, de não devolver o valor de R$ 12 mil, referente ao saldo do convênio firmado com a União por meio da Diretoria Executiva do Fundo Nacional da Saúde, do Ministério da Saúde. Além disso, o ex-prefeito não teria prestado contas de como o dinheiro foi aplicado.
“Eu empreguei mais recurso próprio do que foi retirado e devolvido da conta. Esse dinheiro saiu da conta não sei como e mandei retornar, mas eles [Justiça e MP-AC] condenam assim mesmo. O recurso da prefeitura então não valeu nada?”, indagou em entrevista ao G1 na época.
Contudo, em 2018, suas contas públicas de 2010, 2011 e 2012 foram aprovadas por unanimidade pelos vereadores da Câmara Municipal do município. No entendimento dos parlamentares, as irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas do Estado eram insuficientes para apresentar reprovação das contas públicas.
“Há 14 anos tentam me prender”
Raimundo Ferreira fala como há mais de uma década sofre com tentativas de prisão e acusações graves sobre sua índole:
“Se um dia eu chegar a ser preso, não tem nenhum motivo, né?! Se tivesse algum motivo, eles não teriam ido fazer a busca da pressão na minha casa atrás de mais elementos para provar tudo que eles queriam”, garante.
“Há 14 anos tentam me prender”, finaliza.