Homem acusado de matar o indígena Ari Uru Eu Wau Wau é condenado em Rondônia

Réu foi condenado a 18 anos de prisão por matar o líder indígena, em 2020

Após 10 horas de julgamento, os jurados decidiram pela condenação de João Carlos da Silva (Guiga) a 18 anos de reclusão pelo assassinato de Ari Uru Eu Wau Wau. A vítima era professor, indígena e reconhecido guardião do maior território indígena de Rondônia, assassinado em 18 de abril de 2020.

O julgamento ocorreu após ampla comoção social pela morte de Ari, movimentada por ativistas indígenas que denunciaram o crime em diversos fóruns nacionais e internacionais. A sentença foi lida no Fórum de Jaru e transmitido ao vivo através do site do Tribunal de Justiça de Rondônia. Representantes de todas as aldeias do Povo Jupaú, conhecidos como Uru Eu Wau Wau, acompanharam o julgamento no plenário.

Assasino de Ari foi sentenciado a 18 anos de prisão/Foto: TJ-RO

A primeira etapa foi reservada aos depoimentos das cinco testemunhas de acusação e uma de defesa e também o do réu, que negou ter matado o indígena. Os debates entre acusação e defesa abalaram os indígenas presentes, sobretudo, quando fotos do corpo da vítima no laudo pericial foram apresentadas. Uma parte dos indígenas presentes deixou o plenário.

O desembargador Roosevelt Queiroz, representando o Ministério Público, apresentou provas testemunhais e escutas telefônicas autorizadas. Ele destacou a vida pregressa do réu, que inclui outras investigações por homicídios e violência doméstica, além da condenação pelo assassinato do cunhado.

Maria Terezinha da Silva, irmã do acusado, ouvida em juízo como informante, afirmou que João Carlos ‘Guiga’ contou para ela que havia matado Ari. Apesar de não saber dar detalhes do fato ao argumento de que toma remédios controlados que o fazem não lembrar precisamente dos fatos, a informante confirmou o que disse na Delegacia.

“Agora quero dizer que esse julgamento tem que mostrar que a gente pode acreditar que a justiça se realiza”, disse Neidinha Suruí, ambientalista e ativista. “Mas precisamos que o mandante, quem ajudou a assassinar Ari, também seja condenado. A gente vai brigar para que o mandante e o cúmplice também sejam punidos”.

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