A pauta do dia para a jornalista Wanessa Priscilla Souza é narrar as dificuldades de uma comunidade que utiliza a água de um açude para beber, cozinhar e tomar banho porque o abastecimento do Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco não chega ali. O acesso à comunidade é por um ramal precário.
O Gol da TV Gazeta corta lama e buracos até alcançar as casas dos moradores. Mas o que seria uma reportagem de utilidade pública, rapidamente, ganha viés ainda mais importante quando a jornalista descobre uma situação mais grave.
Wanessa se depara com uma jovem que sofreu um AVC do tipo isquêmico. A doença fez com que algumas funções do cérebro fossem comprometidas, incluindo dificuldades na fala e perda parcial dos movimentos nos braços e nas pernas.
“Ela nos diz que precisa de tratamento periodicamente fora dali, mas não consegue se deslocar até o profissional de saúde porque a ambulância do Samu não entra no ramal. Alegaram que o veículo atola e não iam buscá-la nunca. Eu disse: ‘Peraí, como não entra se com o nosso Golzinho entramos?”, questionou a repórter.
O material foi ao ar em um dos programas mais populares da televisão acreana e a moça começou a ser transportada pelos profissionais do Samu, normalmente.
“Isso é o que me orgulha do que faço. Ser porta-voz dos que não têm voz, muitas vezes”, ressalta Wanessa com um sorriso largo no rosto de gratidão, enquanto tira um tempinho entre uma pauta e outra do plantão de sexta-feira, para conversar com a reportagem.
No Dia do Jornalista, comemorado neste domingo (7), ContilNet conta a história de Wanessa e de outros três incríveis jornalistas que fazem do seus ofícios um sacerdócio.
“Eu amo fotografia, mas sou encantada por TV. Em 2009 fui pra TV Aldeia, embora tenha também feito assessoria. Mas aqui na TV Gazeta, estou muito feliz. Eu sempre admirei essa emissora, pelo profissionalismo de todos aqui e pelo que ela representa para os acreanos”, pontua Wanessa.
Deyvi Chessmom, jornalista cinematográfico, tem um currículo extenso. Já passou por várias emissoras e hoje, além de TV, é também colaborador de ContilNet com matérias policiais. “A minha vida é a imagem. Cobrir o cotidiano, cuidando de fazer todas as reportagens com dedicação e ser remunerado pelo que ama não tem preço”, afirma o repórter multimídia.
Assim como ele, pensa a jornalista Rita Pontes, da Rádio Cidade. Agraciada recentemente com o 1º Prêmio de Jornalismo do Governo do Estado do Acre, Rita afirma que o rádio alcança, significativamente, a população e o retorno e o carinho do ouvinte, na sua opinião, é o que é mais gratificante.
“De doação de sangue a apelos, como por exemplo, de pessoas que precisavam de fisioterapia mas não poderiam pagar e conseguiram quando a história foi para o ar. De buracos nas ruas que causaram acidentes, mas que são tapados pela prefeitura quando falamos do problema, à participação do ouvinte, são situações que nos fazem felizes por ser jornalistas”, assevera Rita.
Para o fotojornalista Odair Leal, a foto é, todos os dias, a sua maior fonte de inspiração. “Costumo dizer que a imagem é o meu alimento diário. O repórter fotográfico é a janela da sociedade. É a janela voz dos que precisam ser vistos. Então, você imagina a felicidade que nos contagia quando por exemplo cobrimos uma pauta em que aquela família sofrida, em situação de miséria, consegue ser alcançada, seja pelo poder público, seja pelas pessoas, quando são percebidas através das nossas lentes”, detalha Leal.
Tanta dedicação permitiu que ele percorresse o mundo e até expusesse seu trabalho em cidades europeias como Bruxelas, na Bélgica, e Frankfurt, na Alemanha. É detentor também de vários prêmios de jornalismo e tem fotografias publicadas em revistas internacionais. “Eu acredito que o Acre sempre foi celeiro de bons profissionais do jornalismo. Você vê isso. A paixão com que nossos colegas trabalham é impressionante”.