Tudo que você precisa saber sobre robôs humanoides

Máquinas já estão presentes em filmes há anos, mas estão cada vez mais presentes na realidade. Saiba como funcionam, pra que servem e como serão usados no futuro

Os robôs humanoides são máquinas de serviços profissionais construídos para imitar a aparência e a interação humana. Embora imaginados e sonhados há muito tempo, em filmes como Blade Runner (1982) e O Exterminador do Futuro (1984), estas criações tecnológicas estão em constante evolução e começam a se tornar comercialmente viáveis em uma ampla rede de aplicações. Para além de se parecer com os seres humanos, os cientistas se preocupam que eles também possam compartilhar, armazenar e compreender a experiência social por meio da inteligência artificial (IA), ultrapassando mais uma fronteira tecnológica.

O mercado dos androides também está se preparando para um crescimento significativo. A taxa composta de crescimento anual (CAGR) do setor foi de 52,1% entre 2017 e 2023, e espera-se que os robôs bípedes, aqueles mais parecidos com os humanos, cresçam ainda mais rápido no CAGR no futuro próximo. A rápida expansão se deve principalmente às melhorias da engenharia robótica, que aumenta a viabilidade dos equipamentos para diversas novas atuações. Nas próximas linhas, o TechTudo preparou um guia com tudo que você precisa saber sobre estas máquinas do futuro.

Os robôs humanoides apontam como um setor em crescimento na economia global — Foto: Andy Kelly/Unsplash

Os robôs humanoides apontam como um setor em crescimento na economia global — Foto: Andy Kelly/Unsplash

Origens

Um robô humanoide, geralmente, é bípede e apresenta um tamanho humano com torso, braços e cabeça, além de ser projetado para atingir algumas das capacidades humanas. O primeiro androide relatado foi o japonês WABOT-1, em 1972, que podia andar, reconhecer um objeto e manipulá-lo com as mãos. Devido a tecnologia limitada da época, ele só podia se movimentar em câmera lenta e sua caminhada era quase estática.

Desde então, uma série de outros robôs foram criados e, cada vez mais, o corpo humano se tornou o molde para estas máquinas. É discutido que a origem dos robôs humanoides está associada à noção de que todas as criações do mundo, dos talheres até os smartphones, são concebidas para serem manuseadas pelo corpo humano. Faz mais sentido, por isso, que os androides sejam construídos para se adaptar a sociedade e não o caminho contrário. Então, hoje a substituição de grandes máquinas e equipamentos pesados por humanos sintéticos é a grande tendência da engenharia robótica.

WABOT-1, o primeiro robô humanoide — Foto: Humanoid Robotics Institute/Waseda University
WABOT-1, o primeiro robô humanoide — Foto: Humanoid Robotics Institute/Waseda University

Robô mais humano

Os projetos iniciais dos androides foram projetados para fins de pesquisa, mas principalmente para o estudo de como criar melhores próteses para humanos. Agora, humanoides estão sendo criados para diversos fins que não se limitam à academia e podem ter funções diversas, até mesmo de entretenimento. Este é o caso de Sophia, considerada a robô mais realista do mundo.

Sophia foi criada pela Hanson Robotics, em Hong Kong, e ativada em 2016. Desde então, ela já foi capa da revista Elle, embaixadora de inovação da ONU e ganhou cidadania da Árabia Saudita, sendo o primeiro robô a ser legalmente considerado uma pessoa. Ela foi projetada com a capacidade de ler expressões corporais, além de conseguir manter uma conversa e fazer perguntas enquanto tenta emular os movimentos humanos. Sophia é um exemplo de como os androides de nova geração, que vem crescendo a passos largos, também chamam a atenção pela sua semelhança com o ser humano.

A robô Sophia é legalmente reconhecida como uma cidadã saudita — Foto: Hanson Robotics
A robô Sophia é legalmente reconhecida como uma cidadã saudita — Foto: Hanson Robotics

Como funcionam?

Os robôs humanóides são construídos para imitar o corpo humano. Eles usam motores que funcionam como músculos e articulações, com o objetivo de orientar os movimentos e os gestos do android. Geralmente chamados de atuadores, eles são a parte vital do funcionamento da tecnologia e podem ser elétricos, hidráulicos ou pneumáticos.

Também são instalados sensores que ajudam na detecção de ambientes. Alguns robôs, inclusive, contam com câmeras que lhes permitem ver claramente. A inteligência artificial auxilia na leitura e armazenamento de dados que compõem o comportamento humano, ou seja, o algoritmo do robô vai se tornando mais “humano” à medida que é inserido em mais interações sociais.

Motores são utilizados para emular o movimento das articulações humanas — Foto: Unsplash
Motores são utilizados para emular o movimento das articulações humanas — Foto: Unsplash

Funções

Robôs humanoides já estão sendo usados na inspeção, manutenção e resposta a desastres em usinas de energia, principalmente para evitar a exposição de trabalhadores humanos a situações perigosas. Eles também estão em processo de preparação para assumir funções rotineiras de astronautas nas viagens espaciais. Outras tarefas podem incluir o acompanhamento de idosos e doentes e a atuação como guia ou recepcionista.

Os androides também podem automatizar e ajudar em resgates perigosos. Inclusive, existem pesquisas que os tornam possíveis acolhedores para o crescimento de órgãos humanos transplantados. A tendência é de que estes robôs não parem por aí e alcancem novos degraus no mercado à medida que a tecnologia avança, sendo possível assumir tarefas repetitivas ou perigosas, especialmente em situações onde os humanos não são necessários.

Robôs podem assumir diversos novos espaços de trabalho — Foto: Unsplash
Robôs podem assumir diversos novos espaços de trabalho — Foto: Unsplash

Empresas do setor

Com o crescimento do setor, diversas empresas, como a Tesla, de Elon Musk, procuram fechar negócios bilionários com objetivo de construir robôs humanoides rentáveis. Em especial, grandes corporações têm investido na arrecadação de fundos da Figure, uma companhia especializada na criação destes androides. Entre os nomes envolvidos no projeto estão Microsoft, OpenAI, Intel, Nvidia, Bezos Expeditions e Align Ventures.

Além disso, enquanto algumas empresas investem na criação, outras adotam os produtos no expediente. Nos últimos meses, tanto a Amazon quanto a BMW anunciaram que estão testando robôs humanoides em ambientes de trabalho com o objetivo de integrá-los no processo para que assumam tarefas inseguras ou repetitivas.

Negócios bilionários são fechados para construção de robôs humanoides — Foto: Unsplash
Negócios bilionários são fechados para construção de robôs humanoides — Foto: Unsplash

Futuro dos robôs

Com o avanço da tecnologia, é esperado que robôs ainda mais sofisticados sejam construídos e ativados. Especialistas acreditam que os androides mais semelhantes aos humanos fornecerão uma excelente plataforma de investigação sobre a própria experiência humana, podendo assim armazenar inteligência e tê-la disponível sempre que possível.

Muitas evoluções no setor ainda são necessárias, mas cada vez estas tecnologias se inserem no mercado. Além de substituir a força humana quando for necessário, essas maquinas também podem ajudar ativamente a sociedade como companheiros sociais.

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